14 fevereiro 2022

stefhany rojas wagner

 

Introducción a la fragilidad


Mis párpados se llenan de sangre,

asisto a mi nacimiento como si fuera mi madre,

me siento sobre mis piernas

y empujo.

 

A veces quisiera cortarme para huir más rápido,

Esta fragilidad es bella,

este desequilibrio es bello,

lo que vomitan mis huesos está vivo,

me abro de piernas

y empujo.

 

La ciudad convulsiona con sus luces,

mi saliva es púrpura como un muro,

pero cierro los ojos y ahí sigue la sangre,

el lenguaje crece en este cuerpo desmembrándome.

 

Poco a poco

saco los dedos de mi casa

donde nunca deja de llover

y toco las grietas de mi boca.

 

¿Estoy callada o estoy muerta?

Acudo a mi primera luz.

 

 

Introdução à fragilidade

 

As minhas pálpebras enchem-se sangue,

assisto ao meu nascimento como se fosse a minha mãe,

sento-me nas minhas pernas

e empurro.

 

Às vezes queria cortar-me para fugir mais depressa,

Esta fragilidade é bela,

este desequilíbrio é belo,

o que vomitam os meus ossos está vivo,

abro as minhas pernas

e empurro.

 

A cidade convulsiona com as suas luzes,

a minha saliva é púrpura como uma parede,

mas fecho os olhos e aí o sangue continua,

a linguagem cresce neste corpo desmembrando-me.

 

Pouco a pouco

tiro os dedos da minha casa

onde nunca pára de chover

e toco as fendas da minha boca.

 

Estou calada ou estou morta?

Respondo à minha primeira luz.