Introducción
a la fragilidad
Mis párpados se llenan de
sangre,
asisto a mi nacimiento como
si fuera mi madre,
me siento sobre mis piernas
y empujo.
A veces quisiera cortarme
para huir más rápido,
Esta fragilidad es bella,
este desequilibrio es bello,
lo que vomitan mis huesos
está vivo,
me abro de piernas
y empujo.
La ciudad convulsiona con
sus luces,
mi saliva es púrpura como un
muro,
pero cierro los ojos y ahí
sigue la sangre,
el lenguaje crece en este
cuerpo desmembrándome.
Poco a poco
saco los dedos de mi casa
donde nunca deja de llover
y toco las grietas de mi
boca.
¿Estoy callada o estoy
muerta?
Acudo a mi primera luz.
Introdução à fragilidade
As
minhas pálpebras enchem-se sangue,
assisto
ao meu nascimento como se fosse a minha mãe,
sento-me
nas minhas pernas
e
empurro.
Às
vezes queria cortar-me para fugir mais depressa,
Esta
fragilidade é bela,
este
desequilíbrio é belo,
o
que vomitam os meus ossos está vivo,
abro
as minhas pernas
e
empurro.
A
cidade convulsiona com as suas luzes,
a
minha saliva é púrpura como uma parede,
mas
fecho os olhos e aí o sangue continua,
a
linguagem cresce neste corpo desmembrando-me.
Pouco
a pouco
tiro
os dedos da minha casa
onde
nunca pára de chover
e
toco as fendas da minha boca.
Estou
calada ou estou morta?
Respondo
à minha primeira luz.