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24 fevereiro 2021

julia de burgos

 

Canción amarga


Nada turba mi ser, pero estoy triste.

Algo lento de sombra me golpea,

aunque casi detrás de esta agonía,

he tenido en mi mano las estrellas.


Debe ser la caricia de lo inútil,

la tristeza sin fin de ser poeta,

de cantar y cantar, sin que se rompa

la tragedia sin par de la existencia.


Ser y no querer ser… esa es la divisa,

la batalla que agota toda espera,

encontrarse, ya el alma moribunda,

que en el mísero cuerpo aún quedan fuerzas.


¡Perdóname, oh amor, si no te nombro!

Fuera de tu canción soy ala seca.

La muerte y yo dormimos juntamente…

Cantarte a ti, tan sólo, me despierta.



Canção amarga


Nada perturba o meu ser, mas estou triste.

Qualquer coisa lenta de sombra me bate,

embora quase por trás desta agonia,

tenha tido nas minhas mãos as estrelas.


Deve ser a carícia do inútil,

a tristeza sem fim de ser poeta,

de cantar e cantar, sem que se rompa

a tragédia sem par da existência.


Ser e não querer ser... essa é a divisa,

a batalha que esgota toda a espera,

encontrar-se, já de alma moribunda,

que no mísero corpo ainda restam forças.


Perdoa-me, ó amor, se não te nomeio!

Fora da tua canção, sou asa seca.

A morte e eu dormimos juntos...

Cantar-te, só isso, acorda-me.