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22 março 2013

angela segovia



cómo es posible, no sé, pero es así

                                         ojos removiendo la luz adentro
                                         hasta el pánico por ceguera
                                         tanto bulto rojo contra el seso

el caso más complicado era tener
la lengua rota por otra lengua
a su nivel no orgánico
una sensualidad del secreto
como un puño enfundado
un guante de hierro
en el ejercicio del golpe
máquina que te escribe el delito
a clavos contra el cuerpo
hasta filtrar la sangre entera
en un foso de sal
los animales atienden
que le jodan a la literatura mundial
si no te atreves a callejear
para vender tus trucos
te morirás de hambre
la historia del tipo crudo
que se cruzó rectos muros
fusil en mano
y en la boca
un verso oído de la mano de la madre
de la mano de la abuela de la madre
de la raja del suelo de la aldea
del puño enterrado en el seno del árbol
corrompido por buitres


como é possível, não sei, mas está assim

                                         olhos removendo a luz por dentro
                                         até ao pânico por cegueira
                                         tanta vermelhidão contra o senso

o mais complicado era ter
a língua descarnada por outra
em seu nível não orgânico
uma sensualidade do segredo
como um punho embainhado
uma luva de ferro
no exercício do golpe
máquina escrevendo o delito
pregando o corpo
até filtrar todo o sangue
numa valeta de sal
os animais acodem
que se marimbe a literatura mundial
se não te atreveres a calcorrear as ruas
para vender as tuas artimanhas
morrerás de fome
a novela do homem cruel
que atravessou fortes muros
com o fuzil na mão
e na boca
um verso ouvido da mão da mãe
da mão da avó da mãe
da racha do chão da aldeia
do punho enterrado no seio da árvore
corrompida por abutres