Mostrar mensagens com a etiqueta hilde domin. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta hilde domin. Mostrar todas as mensagens

02 dezembro 2020

hilde domin


Vorsichtige Hoffnung

Weiße Tauben
im Blau
verbrannter Fensterhöhlen,
werden die Kriege für euch geführt?

Weiße Taubenschnur
durch die leeren Fenster
über die Breitengrade hinweg.

Wie Rosensträucher auf Gräbern
achtlos nehmt ihr das Unsre.
Auf den mit Tränen gewaschenen Stein
setzt ihr das kleine Nest.

Wir bauen neue Häuser,
Tauben,
die Schnäbel der Krane ragen
über unseren Städten,
eiserne Störche, die Nester für Menschen richten.
Wir bauen Häuser
mit Wänden aus Zement und Glas
an denen euer rosa Fuß
nicht haftet.
Wir räumen die Ruinen ab
und vergessen die äußerste Stunde
im toten Auge der Uhr
Tauben, wir bauen für euch:
ihr werdet
durch unsere Fenster fliegen
ins Blau.

Und vielleicht sind dann ein paar Kinder da
—und das wäre sehr viel— ,
die unter euch
in den Ruinen
unserer neuen Häuser,
der Häuser, die wir mit den hohen Kranen
den Tag und die Nacht durch bauen,
Verstecken spielen.

Und das wäre sehr viel.


Cautelosa esperança

Pombas brancas
no azul,
espaços vazios de janelas queimadas
foram as guerras travadas por ti?

Detrás da janela vazia
sobre as latitudes de fora
uma linha de pomba branca.

Como roseiras em nossas tumbas
que adquires sem atenção
coloca o pequeno ninho
na pedra lavada com lágrimas.

Construimos novas casas,
pombas
saem dos picos das gruas
sobre a nossa cidade
cegonhas de aço que para nós nidificam.
Construimos casas
com paredes, cimento e vidros
que não tocam
nossos pés de rosas.
Entulhamos as ruínas
e esquecemos a hora urgente
no olho morto do relógio.
Pombas, construimos para vós,
que deveis
no azul
voar até às nossas janelas.

E talvez haja um par de crianças por aí
- e isso já seria muito -
que debaixo de nós,
nas ruínas
das nossas novas casas,
as casas que com altas gruas
se constroem dia e noite
brinquem escondidas.

E isso já seria muito.