Qui em dicta les
paraules quan et parlo?
Qui m’incrusta de
gestos i ganyotes?
Qui parla i fa per
mi? És la Impostora.
M’habitava sense
que jo ho sabés
fins que vingueres.
Llavors va sorgir
de no sé quines
golfes, com una ombra,
i em posseeix com un
amant tirànic
i em mou com el
titella d’una fira.
I sovint, al mirall,
la veig a Ella
rescatada de no sé
quina cendra.
No li facis cap cas
quan Ella et parla,
encara que m’usurpi
veu i rostre.
I si et barra la
porta de sortida
amb el seu cos
amorós i brutal
cal que la matis
sense cap recança.
Fes-ho per mi també
i en el meu nom:
Jo la tinc massa
endins i no sabria
aturar-me al llindar
del suïcidi.
Quem
me dita as palavras quando te falo?
Quem
me incrusta gestos e trejeitos?
Quem
age e fala por mim? É a impostora.
Habitava-me
sem que eu o soubesse
até
que vieste. Então apareceu
não
sei de que sótão, como uma sombra,
e
possui-me como um amante tirano
e
manipula-me como a uma marioneta de feira.
E
muitas vezes, no espelho, olho para Ela
resgatada
de não sei quais cinzas.
Não
lhe dês troco quando Ela te fala,
mesmo
que me usurpe voz e rosto.
E se
te impedir a saída pela porta
com
o seu corpo amoroso e brutal
tens
que a matar sem dó nem piedade.
Fá-lo
por mim também e em meu nome:
Vive
tão dentro de mim que não saberia
deter-me
no dintel do suicídio.