Mostrar mensagens com a etiqueta donata berra. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta donata berra. Mostrar todas as mensagens

28 dezembro 2022

donata berra

 

Di notte, nel bosco


Sei venuto di notte, a mostrare

la faccia splendente dell’amore.


Tu parli, e nel bosco

si fanno velluto le ombre

sotto gli occhi attenti delle civette.


Io guardo altrove, ma nel buio

si accende il ricordo ai filari d’uva

dove nel corso del lungo pomeriggio

i grappoli si sono inzuccherati al sole.


Tu ridi, e i tassi nel folto del bosco

si attestano in posizioni più sicure.


Al sole del caldo pomeriggio

le pigne crocchiando si sono spaccate,

io ho raccolto i pinoli

li ho ordinati in fila ad uno ad uno.


Tu guardi, e mille occhi si accendono,

sguardi inquieti posano su di te.


Io cerco una scusa, un’attenuante,

ma dalla memoria dilatata e scomposta

mi risponde un brusio indecifrabile.


Tu chiedi, e la tiepida notte

si strappa in nastri di lutto, ali

di grandi uccelli in fuga

sfrangiano l’aria, mentre

inesorabile mi possiede

il corpo vischioso del diniego.




De noite, no bosque


Vieste à noite, para mostrar

o rosto esplendente do amor.


Falas, e na floresta

tornam-se de veludo as sombras

sob os olhos vigilantes das corujas.


Eu olho para o outro lado, mas na escuridão

acende-se a lembrança nas fileiras de uvas

onde no decorrer da longa tarde

os cachos adocicaram-se ao sol.


Tu ris, e os texugos na espessura do bosque

colocam-se em posições mais seguras.


No sol quente da tarde,

os ananases a estalar partiram-se,

recolhi os pinhões

coloquei-os em fila um a um.


Tu olhas, e mil olhos se acendem,

olhares inquietos pousam em ti.


Eu procuro uma desculpa, uma atenuante,

mas da minha memória dilatada e decomposta

responde um murmúrio indecifrável.


Tu perguntas, e a tíbia noite

rasga-se em fitas de luto, asas

de grandes pássaros em fuga

esvaziam o ar, enquanto

inexorável me possui

o corpo viscoso da negação.