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08 julho 2013

ana elena pena

Punto Muerto

Yo ya me había hecho a la idea
de convivir sosegadamente con lo mediocre, siempre que no escociera.
De renunciar a ideales disparatados
y conformarme con lo que dispusiera el azar. Sin complicaciones.
Me había acostumbrado
a colgar antes de tiempo. A escribir de mala gana y abrazar con poco anhelo.
A dormir en ciertas camas de mutuo acuerdo
(sin mucho interés, confieso)

Yo era un haz de ramas muertas
que el viento agitaba a su antojo.
Un papel en blanco con algunos garabatos, un coche en punto muerto.
Un cuerpo de trapo con las costuras por fuera y dos botones a modo de ojos.

No esperaba nada, ni esperaba a nadie.

Pero entonces,
m e b e s ó.


Ponto Morto

Já me tinha habituado à ideia
de conviver com o medíocre, sempre que não me magoasse.
De renunciar a ideais disparatados
e conformar-me com o que o destino dispusera. Sem complicações.
Tinha-me acostumado
a aposentar-me antes do tempo. A escrever de má vontade, a abraçar com pouco desejo.
A dormir em certas camas de mútuo acordo
(sem muito interesse, confesso)

Eu era um feixe de ramos mortos
que o vento agitava a seu capricho.
Um papel em branco com algumas garatujas, um carro em ponto morto.
Um corpo de trapos com as costuras por fora e dois botões a servir de olhos.

Não esperava nada, nem esperava ninguém.

Mas então
b e i j o u – m e.