Mostrar mensagens com a etiqueta sara de ibáñez. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta sara de ibáñez. Mostrar todas as mensagens

01 dezembro 2022

sara de ibáñez

 

Atalaya


Sobre este muro frío me han dejado

con la sombra ceñida a la garganta

donde oprime sus brotes de tormenta

un canto vivo hasta quebrarse en ascuas.

Yo aquí mientras el sueño los despoja

y en sueños comen su mentida baya

para erguirse en las venas de la aurora

pábulo gris de su sonrisa vana;

yo aquí mientras los sabios inocentes

y los tranquilos de crujiente casa

durmiendo abajo, y aprendiendo el frío

de sus angostos mármoles descansan;

yo aquí volteado por el viento negro

que el olor de la noche desampara,

los cabellos fundidos en raíces

que van abriendo turbulentas lamas;

yo solo entre planetas condenados

que en busca de sus huesos se desmandan

la edad del mundo en esta pobre sangre

que entre las quiebras de su historia clama—

yo aquí turbado por la paz bravía

que con sagaces témpanos me aplaca,

sintiendo entre las médulas ausentes

el duro frenesí de las espadas;

yo aquí velando, los desiertos ojos

quemado por el soplo de la nada,

las negras naves y los negros campos

vacíos de sus oros y sus lacras.

Yo aquí temblando en la vigilia ciega

rodeado por un sueño de cien alas,

vestido por mi llanto me arrodillo

mientras vuela mi sangre en nieve airada.


Sobre este muro frío me recobran.

Oigo el rumor de los medidos pasos.

Canta la noche en fuga por mi muerte,

y el alma sale de mi rostro blanco.



Atalaia


Sobre este muro frio me deixaram

com a sombra cingida à garganta

onde oprime os seus brotos de tempestade

um canto vivo até se quebrar em brasas.

Eu aqui enquanto o sonho os despoja

e em sonhos comem a sua mentida baga

para se erguer nas veias da aurora

papas em cinzento do seu sorriso vão;

eu aqui enquanto os sábios inocentes

e os tranquilos de casa crocante

dormindo abaixo, e aprendendo o frio

dos seus mármores estreitos descansam;

eu aqui viravoltado pelo vento negro

que o cheiro da noite desampara,

os cabelos fundidos em raízes

que vão abrindo turbulentas lamas;

eu sozinho entre planetas condenados

que à procura dos seus ossos se desmancham

-a idade do mundo neste pobre sangue

que entre as falências da sua história clama-

eu aqui perturbado pela paz bravia

que com sagazes icebergues me aplaca,

sentindo entre as medulas ausentes

o frenesi intenso das espadas;

eu aqui velando, os olhos desertos

queimado pelo sopro do nada,

os navios negros e os campos negros

vazios de seus ouros e seus flagelos.

Eu aqui tremendo na vigília cega

rodeado por um sonho de cem asas,

vestido com o meu pranto me ajoelho

enquanto o meu sangue voa na neve.


Nesta parede fria sou recuperada.

Ouço o rumor dos passos medidos.

Canta a noite em fuga pela minha morte,

e a alma sai do meu rosto branco.