el ropavejero
Tengo mi capa de
trapos.
Mi fusil sin hombro.
El poncho mezquino
del cielo
envuelve la luz,
esconde
una esquirla de
plata.
El miedo flamea
con su casaca
rotosa,
con su paso
descalzo.
Camino sin agua y
sin brújula.
No veo la rígida
constelación sur.
Voy derechito a la
emboscada
o al paludismo.
Oigo descargas
lejanas, inconexas.
Es la interrumpida
noticia que da el silencio.
Siento pozos de frío
en mi cuerpo.
o
roupa usada
Tenho
a minha capa de trapos.
O
meu fuzil sem ombro
O
poncho mesquinho do céu
envolve
a luz,
esconde
um
fragmento de prata.
O
medo ondeia
com
o seu casaco andrajoso
com
o seu andar descalço.
Caminho
sem água e sem bússola.
Não
vejo a constelação sul
Vou
direitinho à emboscada
ou
ao paludismo.
Oiço
descargas longínquas, desconexas.
É a
interrompida notícia que dá o silêncio
Sinto
poços de frio
no
meu corpo.