La piazzola…
La piazzola incassata tra mura
è abitata da gatti che vivono sdraiati:
sono cenci nell’erba.
Hanno un’aria distratta
e se li chiami non alzano il capo
come se trascinassero un dolore
soltanto loro, che gli altri non sanno.
Alla base del tronco, schiacciato contro terra,
un gatto nero e rosso
si perde tra le foglie arrugginite.
Sul tronco, in pieno sole, corre una mano d’ombra
che lo ingrandisce, stringe.
Il tronco maculato si gonfia scuro e s’alza come bestia
che sbuchi tra le foglie
a curiosare nei giardini chiusi
dove la gente siede, nelle notti d’estate, per la veglia.
Tutte le piante soffiano arrancando per la scalata al cielo
e il cielo è un orto seminato a stelle
che germogliano al caldo dei polloni di luce.
L’albero s’indurisce nella notte:
solo la chioma è un’onda di calore
dove allargano chiari cerchi d’acqua: occhi di gatto.
Un motore lontano fa la fusa
e si struscia, tremando, sulla notte.
È qualcosa che stacca o che non c’è mai stato.
Ci ritroviamo in una nicchia d’erba
con un’ombra appuntita
a ronfare la luce.
A praceta
A praceta encaixotada entre paredes
está habitada por gatos que vivem recostados:
são trapos na relva.
Erigem um ar distante
e se os chamarem não levantarão a cabeça
como se arrastassem uma dor
só deles, que os outros desconhecem.
Na base do tronco, esmagado contra a terra,
um gato preto e vermelho
perde-se entre as folhas oxidadas.
Sobre o tronco, em pleno sol, corre uma mão de sombra
que o amplia, aperta.
O tronco manchado incha escuro e levanta-se como uma besta
que saísse de entre as folhas
para indagar nos jardins fechados
onde as pessoas se sentam, nas noites de verão, para passar a noite.
Todas as plantas bufam mancando na escalada para o céu
e o céu é uma horta semeada de estrelas
que germinam no quente dos rebentos de luz.
A árvore torna-se dura à noite:
Apenas o copo é uma onda de calor
onde se alargam claros círculos de água: olhos de gato.
Um motor ao longe ronrona e esfrega-se, tremendo, contra a noite.
É uma coisa que se desprende ou que nunca esteve.
Encontramo-nos em um nicho de relva
com uma sombra pontiaguda
para zumbir a luz.