Mostrar mensagens com a etiqueta francisca aninat. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta francisca aninat. Mostrar todas as mensagens

29 maio 2022

francisca aninat

 

Monte Aranda

En el momento antes de dormirme aparecen los nombres que olvido. No los conozco, entonces decido levantarme. El pasillo está oscuro, murmullo mi nombre, para ver si ellos igualmente se nombran, pero entiendo que persisten en su único tiempo y soy yo quien comprende sus cuerpos. Se entibian donde no hay más agua, en las grietas de polvo, en Tilam, Monte Aranda y donde los árboles verdes se coronan para esconder sus tierras, donde sus cuerpos ágiles pasan de un lugar a otro.

Una vez como tantas, elevados sin carne, me dijiste: qué rojo más vivo, este es un muerto al que recuerdo. Yo me defiendo, me doy cuenta de que ese tono que llevan no son apariencias, sino el rojo que yo respiro y que tú reconoces, intenso y sin cuerpo, delgado en sus movimientos. Dicen, aquí hay una aguada traposa –la sequía del invierno pasado. En Monte Aranda siguen buscando sus cuerpos, ayer te dijeron, los vecinos sacaron los rojos de sus manteles, afloraron sus casas con tonos violetas para dejarlos a un lado. Juntaron en las esquinas los rojizos de tazas, libros y vientres. Y en eso, tú y yo los tenemos en nuestras manos, apretados para saber quiénes son, hace días dejaron a los animales sin agua, a los eucaliptos sin sus aromas e inundaron las calles de un liquen pedregoso para alejarnos de nuestras tierras. No veo los rojos como lo hacía antes. El atardecer es una advertencia, un musgo que aflora para enrostrarnos que los rojos serán la siguiente camanchaca costera de estos pueblos que alguna vez visitamos.



Monte Aranda

No momento antes de adormecer aparecem os nomes que esqueço. Não os conheço, então decido por-me a pé. O corredor está escuro, murmuro o meu nome, para ver se eles igualmente se nomeiam, mas percebo que persistem no seu único tempo e sou eu quem compreende os seus corpos. Aquecem-se onde não há mais água, nas gretas de poeira, em Tilam, Monte Aranda e onde as árvores verdes estão coroadas para esconder as suas terras, onde os seus corpos ágeis passam de um lugar para outro.

Uma vez como tantas, elevados sem carne, disse-me: que vermelho mais vivo, este é um morto de que me lembro. Defendo-me, dou conta de que esse tisne que transportam não são aparências, mas o vermelho que eu respiro e que tu reconheces, intenso e sem corpo, delgado nos seus movimentos. Dizem, aqui há uma aguada mal falante -a seca do inverno passado. Em Monte Aranda continuam à procura dos seus corpos, disseram-te ontem, os vizinhos tiraram os vermelhos das suas mantas, floraram as suas casas de tons violetas para os deixar de lado. Juntaram nas esquinas os avermelhados de taças, livros e ventres. E nisso, tu e eu temo-los nas nossas mãos, apertados para saber quem são, há dias deixaram os animais sem água, os eucaliptos sem os seus aromas e inundaram as ruas de um líquen pedregoso para nos afastar das nossas terras. Não vejo os vermelhos como antes. O entardecer é um aviso, um musgo que aflora para nos fazer crer que os vermelhos serão a próxima paisagem costeira destes povos que alguma vez visitamos.