Mostrar mensagens com a etiqueta issa aguilar jara. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta issa aguilar jara. Mostrar todas as mensagens

31 julho 2023

issa aguilar jara

 
Sogni
 
Buenos días, borboleta.
Vecino color amarillo bilis – Garaje de un edificio
 
mata a tus vecinos
mátalos por ese vómito
que ha explotado en tus oídos
con su música insufrible,
mátalos
porque todo arte abstracto
debe convertirse en sesos
y con su sangre podrías
ser la diosa del arte abstracto.
 
mátalos.
abre luego una lata de sardinas
usa un cuchillo y piensa
que son ellos los cadáveres de cartílago enclenque
flotando en el espeso mar de tomate.
 
mata a tus vecinos
porque no dejaron espacio en la canastilla
y tu basura ha sido triturada por perros deformes,
tu toallita sanitaria es ahora el hazmerreír
de los otros vecinos que se escandalizan con tu sangre,
pero no
con el pañal de uno de sus engendros
que ha quedado inmortalizado en la vereda.
 
mata a los vecinos que gimen
más fuerte que tu garganta,
a los que tienen hambre
y duermen temprano
para no sentir hambre.
a los que no te piden azúcar
porque tu cara de balazo
los desborda… los ahuyenta…
 
mata a tus vecinos antes de que
llegue Navidad y los perdones,
mátalos porque de no hacerlo
tendrán hijos que serán vecinos de tus hijos
se casarán con ellos y tus nietos
heredarán la pestilencia de los muertos.
 
mata, mata, mata a tus vecinos
porque si no los matas
ellos acabarán contigo primero.
 
bajo al primer piso. soy sigilo. mis pies son agujas conectadas al umbilical perdido, criminal. puedo escuchar mi taquicardia.
 
 

 
 
 
Sogni
Bom dia, borboleta. 
Vizinho cor amarelo bílis - Garagem de um edifício
 
mata os teus vizinhos
mata-os por esse vómito
que explodiu nos teus ouvidos
com sua música insuportável,
mata-os
porque toda a arte abstrata
deve transformar-se em miolos
e com seu sangue podias
ser a deusa da arte abstrata.
 
mata-os.
abre depois uma lata de sardinhas
usa uma faca e pensa
que são eles os cadáveres de cartilagem débil
flutuando no espesso mar de tomate.
 
mata os teus vizinhos
porque não deixaram espaço na canastra
e o teu lixo foi triturado por cães deformados,
a tua toalhinha sanitária é agora a piada
dos outros vizinhos que se escandalizam com o teu sangue,
mas não
com a fralda de um dos seus filhos
que ficou imortalizado na calçada.
 
mata os vizinhos que gemem
mais forte que a tua garganta,
aos que têm fome
e dormem cedo
para não sentirem fome.
aos que não te pedem açúcar
porque a tua cara de bala
transborda-os... afugenta-os...
 
mata os teus vizinhos antes que
chegue o Natal e os perdoes,
mata-os porque se não o fizeres
terão filhos que serão vizinhos dos teus filhos
casar-se-ão com eles e os teus netos
herdarão a pestilência dos mortos.
mata, mata, mata os teus vizinhos
Porque se não os matares
Eles acabarão contigo primeiro.
 
debaixo do primeiro andar. sou sigilo. os meus pés são agulhas conectadas com o umbilical perdido, criminal. posso escutar a minha taquicardia.