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04 março 2023

verónica volkow

 

La memoria


Mientras yo avanzo,

hay otra que sigue mi pie

y copia mis movimientos como una sombra,

una que abre la puerta

por la que ya he salido,

otra que nace

y otra que llora.

Hay un momento en que me estoy enamorando siempre

y en que pierdo el amor,

momento sucesivo:

circulación de una película invariable,

agua cincelada que ya no se derrama.

Otra siempre

calza la huella de mi pie

y otra a su vez hay que calza su huella.

Ciempiés que simultáneo avanza

en todos los instantes

irrigando ruinas y despojos:

viejo ferrocarril de la memoria

que cruzas por un túnel de excavadas madrugadas,

conoces sólo un cielo diluido,

y el gesto, en otro tiempo acto,

repitiendo besos, pasos y murmullos.

Vida gastada ya en vivirla,

termes

que a su paso dejó un termes hueco.




A memória


Enquanto vou em frente,

outra há que segue os meus andanços

e copia os meus movimentos como uma sombra,

uma que abre a porta

pela qual já saí,

outra que nasce

e outra que chora.

Há uma altura em que estou sempre a apaixonar-me

e em que perco o amor,

momento sucessivo:

circulação de um filme invariável,

água cinzelada que já não se derrama.

Outra sempre

calça a pegada do meu pé

e outras vezes calça a sua pegada.

Centopeia que em simultâneao avança

em todos os instantes

irrigando ruínas e despojos:

velha ferrovia da memória

que atravessas um túnel de escavadas madrugadas,

só conheces um céu diluído,

e o gesto, em outro tempo ato,

repetindo beijos, passos e murmúrios.

Vida gasta já em vivê-la,

prazos

que ao passar deixou um prazo oco.