Mostrar mensagens com a etiqueta rita dove. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta rita dove. Mostrar todas as mensagens

17 março 2022

rita dove

 

Naji, 14. Philadelphia


A bench, a sofa, anyplace flat—

just let me down

somewhere quiet, please,

a strange lap, a patch of grass . . .


What a fine cup of misery

I’ve brought you, Mama—cracked

and hissing with bees.

Is that your hand? Good, I did

good: I swear I didn’t yank or glare.


If I rest my cheek on the curb, let it drain . . .


They say we bring it on ourselves

and trauma is what they feel

when they rage up flashing

in their spit-shined cars

shouting Who do you think you are?

until everybody’s hoarse.


I’m better now. Pounding’s nearly stopped.


Next time I promise I’ll watch my step.

I’ll disappear before they can’t

unsee me: better gone

than one more drop in a sea of red.



Naji, 14. Filadelfia

 

Num banco, sofá ou qualquer superfície plana -

deita-me apenas

nalgum lugar silencioso, por favor,

num colo desconhecido, sobre a relva. . .

Que refinada taça de miséria

te trouxe, Mãe - partida

e silvando com abelhas.

É essa a tua mão? Olha, eu fiz

o bem: juro-te que não andei a pressionar

nem a lançar maus olhados.

 

Se reclino a minha bochecha na calçada, deixa-a escorrer…

 

Dizem que andamos à procura

e que trauma é o que eles sofrem

quando se enfurecem e o mostram

berrando dos seus rutilantes veículos

Quem julgas que és?

até ficarem todos roucos.

 

Já me sinto melhor. A pancada acabou.

 

Prometo-te que da próxima vez terei cuidado.

Ir-me-ei embora antes que me possam

ver: é melhor sair a correr

do que ser mais uma gota no mar de sangue.