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10 outubro 2021

annie le brun

 

J’ai été un automne décisif de figues et de rousseurs éclatées dans l’or morose des scarabées enamourés. La mer s’ouvrait enfin servile sous le fouet de l’instant pour que nous avancions superbes et distraits entre les débris de la lumière. En équilibre sur le poignard que je plongeais entre les senteurs de la nuit, je croyais que le monde tournait comme une pomme brodée dans le jardin de mes vêtements. De tous les travestis, je possédais la science dédaigneuse des cambrures champagne. Je ne redoutais pas le passage des motocyclettes du matin sur les peausseries noires du cerveau, je m’espérais subtilement fardée de perversité candide et de soie grise. J’allais me heurter de plein front contre le miroir qui coupait ma vie en deux. 


Eu estive um outono decisivo de figos e sardas estilhaçados no ouro sombrio dos escaravelhos enamorados. O mar abria-se por fim servil sob o chicote do momento para que avançássemos soberbos e distraídos entre os detritos da luz. Em equilíbrio sobre o punhal que mergulhei entre os aromas da noite, eu acreditava que o mundo fosse como uma maçã bordada no jardim das minhas roupas. De todos os travestis, eu possuía a ciência desdenhosa das cavas champanhe. Não temia a passagem das motoretas da manhã sobre o sortido de peles negras do cérebro, esperava-me subtilmente ser maquilhada de perversidade cândida e de seda cinzenta. Ia chocar de frente contra o espelho que me cortava a vida a meio.