Mostrar mensagens com a etiqueta vanna andreini. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta vanna andreini. Mostrar todas as mensagens

30 novembro 2016

vanna andreini

Me impresiona mirar la sangre
que sube por la jeringa
me inmovilizo
dentro de la plaqueta de vidrio
que se colorea
mientras recupero la fuerza
por mirar

me impresiona cruzar puentes
no se mantener la vista fija
en la otra orilla
demasiado lejos
siempre demasiado lejos
y voy hipnotizada hacia
el borde
con la firme convicción
de que nada ni nadie podrá
evitar mi caída

con cada puente
reaparece
recurrente y demarcada
la pesadilla aquella
el auto de mi madre
una Dyane naranja
mi hermana y yo
sentadas atrás
veíamos pasar el paisaje sin saber
cómo detener el auto que
caía hacia el río
especularmente
adentro y afuera

no sé cruzar puentes
de ningún tipo
cruzar del italiano al español
fue entonces, a los 15, sentir el abismo
atraerme hacia sí
quedarse sólo con las miradas
mudas de una escena infinita

pasar hoy de uno a otro
es como nadar
y enfrentar la corriente
se puede estar entrenado
se puede conocer el río, los vientos
se puede sentir hasta cierto placer
al desvestirse para sumergirse
pero la llegada al otro lado
pone en riesgo mi cuerpo
que despacio
de vez en vez
se despoja de todo movimiento estético
para asirse a lo necesario
dar brazadas efectivas y resistir
y en la otra orilla
la confusión de un cuerpo cansado
la angustia de la recién llegada
siempre siempre recién llegada
de un lado y del otro
del curso del río.


Impressiona-me olhar o sangue
que sobe pela seringa
imobilizo-me
dentro da peça de vidro
que se colora
enquanto recupero a força
por olhar

Impressiona-me atravessar pontes
não manter a vista fixa
na outra margem
demasiado longe
sempre demasiado longe
e vou hipnotizada até à margem
com a firme convicção
de que nada nem ninguém poderá
evitar a minha queda

com cada ponte
reaparece
recorrente e demarcada
o pesadelo em que
o carro da minha mãe
uma Diane laranja
a minha irmã e eu
víamos passar a paisagem sem saber
como parar o carro que
caía para o rio
especularmente
dentro e fora

não sei atravessar pontes
de nenhum tipo
atravessar do italiano ao espanhol
foi então, aos 15, sentir o abismo
atrair-me para si
ficar apenas com os olhares
mudos de uma cena infinita

passar hoje de uma à outra
é como nadar
e enfrentar a corrente
pode estar-se treinado
pode conhecer-se o rio, os ventos
pode sentir-se até um certo prazer
em despir-se para submergir
mas a chegada ao outro lado
põe em risco o meu corpo
que devagar
uma vez por outra
se despoja de todo o movimento estético
para se agarrar ao necessário
dar braçadas efectivas e resistir
e na outra margem
a confusão de um corpo cansado
a angústia da recém chegada
sempre sempre recém chegada
de um lado e do outro
do curso do rio.