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12 junho 2021

natalia ginzburg

 Memoria


Gli uomini vanno e vengono

per le strade della citta’

Comprano libri e giornali,

muovono a imprese diverse.

Hanno roseo il viso,

le labbra vivide e piene.

Sollevasti il lenzuolo

per guardare il suo viso,

ti chinasti a baciarlo

con un gesto consueto.

Ma era l’ultima volta.

Era il viso consueto,

solo un poco piu’ stanco.

E il vestito era quello di sempre.

E le scarpe erano quelle di sempre.

E le mani erano quelle che

spezzavano il pane e

versavano il vino.

Oggi ancora nel tempo

che passa sollevi il lenzuolo

a guardare il suo viso

per l’ultima volta.

Se cammini per strada

nessuno ti è accanto

Se hai paura

nessuno ti prende per mano

E non è tua la strada,

non è tua la città.

Non è tua la città

illuminata. La città

illuminata è degli altri,

degli uomini che vanno

e vengono comprando

cibi e giornali.

Puoi affacciarti un poco

alla quieta finestra

a guardare il silenzio,

il giardino nel buio.

Allora quando piangevi

c’era la sua voce serena.

Allora quando ridevi

c’era il suo riso sommesso.

Ma il cancello che a sera

s’apriva, restera’ chiuso

per sempre, e deserta

è la tua giovinezza.

Spento il fuoco,

vuota la casa.



Memória


Os homens vão e vêm

pelas ruas da cidade

Compram livros e jornais,

mexem-se por ânimos diversos.

É em rosa a sua face,

lábios vívidos e cheios.

Levantaste o lençol

para ver o seu rosto,

inclinaste-te para o beijar

com um gesto habitual.

Mas era a última vez.

Era a face do costume

só um pouco mais cansada.

E o vestido era o de sempre.

E os sapatos eram os de sempre.

E as mãos eram as que

partiam o pão e

serviam o vinho.

Hoje ainda no tempo

que passa, levantas o lençol

para ver a sua face

pela última vez.

Se caminhas pela rua

ninguém está ao teu lado

Se tens medo

ninguém te agarra a mão

E não é tua a rua,

não é tua a cidade.

Não é tua a cidade

iluminada. A cidade

iluminada é dos outros,

dos homens que vão

e vêm comprando

comida e jornais.

Podes assomar um pouco

à quieta janela

para ver o silêncio,

o jardim no breu.

Então quando choravas

estava a sua voz serena.

Então quando rias

estava o seu riso submerso.

Mas a cancela que à noite

se abria, ficará fechada

para sempre, e deserta

é a tua juventude.

Apagado o fogo,

vazia a casa.