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05 fevereiro 2022

marta jiménez serrano

 


La sed


parece inmemorial,

pero es mentira.

Se estira hasta nacer cada minuto

siembra el erial,

dora el luto―

y vuelve a aparecer

sin morir nunca.


El día empieza

cada tres segundos.


Sudas

y es una gota siempre nueva.

Mudas la piel

con cada rayo de aire

y es una boca distinta

la que se abre

siempre para el mismo beso.


Te profeso esta sed

te la regalo

en cada novedad reconfortante,

recreo fundamental.

Deseo, sed de sal:

me chupas y te escuezo.

La boca siempre es igual,

varía el rezo.



A sede


A sede

parece imemorial,

mas é mentira.

Estica-se até nascer a cada minuto

- semeia a terra arável,

doura o luto -

e volta a aparecer

sem morrer nunca.


O dia começa

a cada três segundos.


Suas

é uma gota sempre nova.

Mudas a pele

em cada raio de ar

e é uma boca diferente

a que se abre

sempre para o mesmo beijo.


Professo-te esta sede

dou-ta como prenda

em cada novidade reconfortante,

recreio fundamental.

Desejo, sede de sal:

chupas-me e eu magoo-te.

A boca é sempre a mesma,

varia a prece.