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17 novembro 2020

blanca álvarez caballero


Insomnio
I
Templo, pozo, túnel
en que descansa
mi cuerpo dolorido.
Sigilosa abandono
mis dedos sobre tu pecho.
Urgan mis labios
tus rozados pezones
que poco a poco bebo.

Y lenta bajo.
Liviano eres
hasta engullirme
en tus entrañas
y saborear tu grito
dentro de mí,
como el insomnio
que no cede.

Allí, donde el clonazepam
no cumple sus efectos.
Me hiendes, marinero.
Tu agua en calma acecha
en cada imagen tuya
dispuesta a revolcarse
en mi marea.


Insónia

I
Templo, poço, túnel
em que descansa
meu corpo dorido.
Sigilosa abandono
meus dedos sobre o teu peito.
Meus lábios estão a queimar
os teus rosados mamilos
que pouco a pouco bebo.

E desço devagar.
És leve
até me engolires
nas tuas entranhas
e saborear o teu grito
dentro de mim,
como a insónia
que não cede.

Aí, onde o clonazepam
não cumpre os seus efeitos.
Fendes-me marinheiro.
A tua água em calma espreita
em cada imagem tua
disposta a revirar-se
na minha maré.