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21 abril 2023

françoise clédat

 

Vous que j’ai perdus n’avez durée

que mémoire

par autres mémoires relayée

S’éteignant

éteignent ce qui de vous fut

 

Que sais-je de ma trisaïeule

archives de papier — si elles existent

quand nulle oeuvre d’exception —

état civil mariage enfantements

jalons sans images ni affects

 

Et moins encore

Des innombrables qui précèdent

fins

que plus nulle matière ne rédime

hors la savoir native

insensée d’autre en autre s’altère

d’autre en autre

morte

ne meurt

 

Métamorphique infinitude

ma fin carcinommée

d’alter en alter m’apparente

— animalisation

végétalisation

squelettisation —

sa grouillante positivité de

nourrice nutritive

— toute substance molle gloutonnée —

bondit ultime

vers la fractalité

où s’illimite

— émanation de ce qui fut vous

de ce qui fut moi —

l’oubli de nos durées perdues

 

 

 

 

 

De vós que eu perdi não ficou

memória

por outras memórias retransmitidas

Extinguindo-se

extinguem o que de vós foi

 

O que sei da minha trisavó

arquivos de papel - caso existam

quando nenhuma obra de exceção -

estado civil matrimonial parturências

marcos sem imagens ou afetos


E menos ainda

Das incontáveis que precedem

fins

que já não há matéria para redimir

fora do conhecimento nativo

sem sentido do outro em outro se varia

de outro em outro

morta

não morre

 

Metamórfica infinitude

o meu fim cancerígeno

de outro em outro me parece

- animalização

vegetalização

esqueletização -

a sua positividade crescente de

alimento nutriente

- qualquer substância mole glutonada -

salto supremo

para a fractalidade

em que se torna ilimitado

- emanação do que vós fostes

do que fui eu -

o esquecimento dos nossos tempos perdidos