EURÍDICE
Eras el horizonte
luminoso
de las noches sin
velas ni letargos,
donde la oscuridad
vence al olvido
y el resuello
corrompe la amargura.
Me hablaste de aquel
sueño de arrecifes
en las tierras
lejanas y vidriosas
de mares del cortejo
receloso
lejano de sus burdos
cumplimientos.
Pero tu voz quebrada
y solitaria
se confundió en la
mía sin compases
y me transformó en
lira de tus cantos,
halcón para tus
ojos sometidos,
nenúfar de tus
noches turbulentas,
crimen para tus
labios de ceniza.
Y te amé mito débil
de papel,
desarmado en tu
aliento palpitante
con ritmo de cadera
de otras voces.
Seré una silueta en
tu memoria,
daré viento al
molino de tus ojos,
armas para tu torso
de guerrero.
Pero nunca susurres
mi canción
o morirás ahogado
con los besos
líquidos de las
novias inmortales.
EURÍDICE
Eras o horizonte
luminoso
das noites sem
velas nem letargias,
onde a escuridão
vence o esquecimento
e o fôlego
corrompe a amargura.
Falaste-me desse
sonho de recifes
nas terras
longínquas e vítreas
de mares do
cortejo receoso
distante dos seus
grossos ofícios.
Mas a tua voz
quebrada e solitária
confundiu-se com
a minha sem compassos
transformou-me em
lira dos teus cantos,
falcão para os
teus olhos submetidos,
nenúfar das tuas
noites turbulentas,
crime para os
teus lábios de cinza.
E amei-te mito
débil de papel,
desarmado em teu
alento palpitante
com balanço de
anca de outras vozes.
Serei uma
silhueta em tua memória,
darei vento ao
moinho dos teus olhos,
armas para o teu
torso de guerreiro.
Mas nunca
sussurres a minha canção
ou morrerás
afogado com os beijos
líquidos das
noivas imortais.