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23 dezembro 2022

yoyiana ahumada


Variaciones en punto de cruz


I

No sale de las manos, dice

ir y venir—

el silencio que apagó sus pasos

deshilado el paraje


el dolor amarillo


sobre su espalda punto de cruz


su ganchillo en la muela

daño


mis encías laceradas

daño


las bagoas de mi nai

calcinan.


II

Mis muñecas murmuran

la virtud

del cuerpo dormido


Nanita instruye

baila su lengua de Muñeira.


III

Trama la casa —tela de araña—

Malla raiña malla teu nos.


IV

Mi niña hueca

falda ardida

ojos en flor.


V

Espera de cardos

morriña blanca

borboreta de arroz.


VI

Nana, meiga,

no duermas, desbarata

la tela, vuelve al llanto

miñaxoia.


VII

No hay gabán

para la guerra

ni dientes

para el potaxe.


VIII

Su pecho cubierto

niebla espinosa

sudario de camelias

del cuerpo hipnotizado

mastectomía—


IX

¿Dónde se guardan las meigas?


En la lengua de la chorima

adelante y atrás

un saquito, la manta

mortaja furtiva


Aprenden las mujeres solas en el mar


En los fardeles de las marimantas

las bonecas morren

con los ollos rotos.



Variações em ponto cruz

I

Não sai das mãos, diz

- ir e vir -

o silêncio que apagou os seus passos

desfiada a paisagem


a dor amarela


nas suas costas ponto de cruz


o seu crochet no molar

dano


as bagoas (mágoas ) de minha nai (mãe)

calcinam.


II

Os meus pulsos murmuram

a virtude

do corpo adormecido


Nanita instrói

dança a sua língua de Muñeira.


III

Trama a casa -teia de aranha-

Malha Rainha malha o teu nós.


IV

Minha menina oca

saia ardida

olhos em flor.


V

Espera de cardos

morriña branca

borborela de arroz.


VI

Nana, meiga,

não durmas, desbarata

o tecido, vuolta ao choro

miñaxoia (inocente).


VII

Não há uma manta

para a guerra

nem dentes

para o guisado.


VIII

O seu peito coberto

nevoeiro espinhoso

sudário de camélias

do corpo hipnotizado

- mastectomia -


IX

Onde se guardam as meigas?


Na língua de la chorima

à frente e atrás

um saquinho, a manta

mortalha furtiva


Aprendem as mulheres sozinhas no mar


Nos farnéis das marimantas

as bonecas morrem

com os olhos partidos.