Mostrar mensagens com a etiqueta elisa gagliano. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta elisa gagliano. Mostrar todas as mensagens

01 novembro 2011

elisa gagliano



bajo un sol en punta

no sabría
empezar como muñeca plana
o mujer que esconde
los dientes bajo las tetas
para no hacer daño

primero acudo a lo visible
es de noche
bautizame bajo este nombre
no me digas oscura decime depresiva
o ey vos muerta de pavor

es que me gustan más
las palabras que sirven
que designan cosas

como vicio
jardinero
exhalando llegas lejos
que guasa la mina dijo la poronga
pecho
estiércol
cascote de la carne

¿sabías que detecto
el orgullo con la lengua?

mis pasos miden la mitad de un metro
y así avanzo
no es difícil
y froto la bombita
y exijo no oír más el gemido
el grito corrupto
el esputo que hay debajo

segundo
en lo invisible esta la cima

deseo aunque mienta o me equivoque
que alguien por fuera de mí
convierta este fracaso en sangre
en noches antiguas

ustedes
sabios y santos!

háganlo sol!
háganlo prosa!
y así cantemos todos
la canción de la rata sobreviviente
que de arriba hemos nacido
con un pie enroscado en la garganta

tercero
hagamos hijos en baldíos

pidamos por los pies
pidamos a la virgen cuide de ellos
porque con ellos caminamos
para no estar lejos vos y yo
y ponemos la mesa
y nos alejamos unos pasos
para extrañarnos y revolcarnos en la cama
con buenos argumentos

la cima es la muerte
repetilo una y otra vez
así me río y muevo los cabellos
bajo el sol en punta
como una hembra pariendo hijos
de distinto padre
todos por el mismo hueco

como el mundo
como miss mundo
moviendo en ocho la manita
así no perciben el desgarro de la carne
el terror que tengo a dejar de existir



sob um sol em ponta


não saberia
iniciar-me em boneca plana
ou mulher escondendo
os dentes debaixo das tetas
para não magoar


começo atencionando o visível
é noitiça
baptiza-me sob esse nome
não me chames escura diz-me depressiva
ou aí estás a morrer de pânico


é que prefiro
as palavras úteis
designadoras


como vício
jardineiro
exalando chegas longe
que goza a mina disse a pícara
peito
esterco
entulho da carne


sabias que detecto
o orgulho com a língua?


Os meus passos medem metade de um metro
e assim ando
não é difícil
e esfrego a barbie
e exijo não ouvir mais o vagido
o grito corrupto
o escarro que está por baixo


segundo
no invisível está o alto


desejo embora minta ou me equivoque
que alguém por fora de mim
converta este fracasso em sangue
em noites antigas


vós
sábios e santos!


façam o sol!
façam a prosa!
e assim cantemos todos
a canção da rata sobrevivente
que de cima nascemos
com um pé enroscado na garganta


terceiro
façamos filhos em baldios


peçamos pelos pés
peçamos que a virgem cuide deles
porque com eles caminhamos
para não estarmos longe tu e eu
e pomos a mês
e nos afastamos uns passos
para nos estranharmos e nos revolvermos na cama
com bons argumentos


o alto é a morte
repeti-lo várias vezes
assim me rio e mexo nos cabelos
sob o sol em ponta
como uma fêmea parindo filhos
de pai diferente
todos pelo mesmo buraco


como o mundo
como miss mundo
articulando em oito a mãozinha
assim não percebem
a rasgadura da carne
o terror que tenho em deixar de existir