Mostrar mensagens com a etiqueta isabel garcia mellado. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta isabel garcia mellado. Mostrar todas as mensagens

11 dezembro 2011

isabel garcia mellado


los ruidos de la niñez se han hecho escándalo
abro los labios y brotan pompas sin sentido
plop-plop-plop
digo
estoy bailando con un peligro diferente
amigo mío desde siempre
(y yo ni caso)
porque mi carne es azul
y tuve sueño tantas veces como me ría
y atrapo peces con las dos manos
pero luego nunca sé el paso siguiente
y sólo encuentro silencio en el pasillo
aunque por dentro yo sea un río que suena constantemente
que arrastra arena, cobre, flores, violencia
con mis dedos minúsculos
remuevo el aire
en busca del árbol que me llama
pero mi pelo se enreda cada vez más
en las ramas que no sirven
y las arañas pasean por mi cuerpo
arañas diminutas color blanco
yo mastico la corteza
pero jamás encuentro la edad adulta que me desea
y me abrazo a una luz tan intensa
que no puedo mirarla a los ojos


os barulhos da infância tornaram-se escândalo
abro os lábios e brotam pompas sem sentido
plop-plop-plop
digo
estou a dançar com um perigo diferente
desde sempre meu amigo
(e eu noutra)
porque a minha carne é azul
e tive sono tantas vezes quantas me ria
e pego em peixes com as duas mãos
mas depois nunca sei o passo seguinte
e só encontro silêncio no corredor
embora por dentro eu seja um rio que soa constantemente
que arrasta areia, cobre, flores, violência
com os meus dedos minúsculos
removo o ar
à procura da árvore que me chama
mas os meus cabelos enredam-se cada vez mais
nos ramos que não servem
e as aranhas passeiam pelo meu corpo
aranhas diminutas cor branca
eu mastigo a casca
mas nunca encontro a idade adulta que me deseja
e abraço-me a uma luz tão intensa
que não posso olhá-la nos olhos