Mostrar mensagens com a etiqueta lisbeth curay. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta lisbeth curay. Mostrar todas as mensagens

04 outubro 2020

lisbeth curay


NN

I
Lijamos una silla sobre tu cabeza
Y tu cara se hizo barro
¿Qué hacer?
Deslizar un dedo sobre tu boca
Que ya no es boca
O ponerle un lunar a tu ojo
Que ya no es ojo
Sembré un diente en la maceta
Para darte otra lengua
Y aún
No dices mi nombre

II
¿Cómo debemos nombrarte
antes de sumergirte en la tierra?
Salmón, grulla o erizo

III
La espesura del paisaje
No cabe sobre tus nalgas
–Salmón–
Sigue lamiendo lo que el viento lame
Aguza el filo de tus dientes
Cuando la tierra
Te toque
Abre la boca
Grande
Abre la Boca

IV
Los muertos que (no) son de uno
Gritan:
Quemaremos nuestra carne
¡No más cáscara humana!


NN

I
Lixamos uma cadeira
E a tua cara fez-se barro
Que fazer?
Deslizar um dedo na tua boca
Que já não é boca
Ou inscrever uma verruga no teu olho
Que já não é olho
Plantei um dente no vaso
Para te dar outra língua
E mesmo assim
Não dizes o meu nome

II
Que nome te devemos dar
antes de submergires na terra?
Salmão, garça ou ouriço?

III
A espessura da paisagem
Não cabe nas tuas nádegas
Salmão
Continua a lamber o que o vento lambe
Aguça o fio dos teus dentes
Quando a terra
Te tocar
Abre a boca
Grande
Abre a Boca

IV
O mortos que (não) são de alguém
Gritam:
Queimaremos a nossa carne
Casca humana nunca mais!

Considerar las sábilas, las paltas y las mujeres

Deberíamos escribir sobre la suavidad de pasar la mano sobre la sábila. A menudo ese olor pegajoso me despierta y hace pensar en compuestos químicos: admirar los bordes, es una manía de encenderme entre los cactus, que a veces llamo poesía. Observé esa pintura, donde la mujer está sentada sobre el hombre, así, me gusta hacer el amor, solo me falta la pared ocre y la silla azul de los amantes, un paisaje nocturno, un par de manos ásperas. Había una mujer que vivía frente a un colegio, con ella caminé mucho para encontrar paltas, siempre envueltas en un periódico, a menudo puestas sobre una mesa, untadas sobre un pan o una tostada. Las paltas nunca se comen verdes.


Considerar os aloés, os abacates e as mulheres

Devíamos escrever sobre a suavidade de passar a mão pelo aloé. Muitas vezes esse odor pegajoso acorda-me e faz-me pensar em compostos químicos : admirar as bordas é uma mania de me acender entre os cactos a que às vezes chamo poesia. Observei essa pintura, a mulher está sentada em cima do homem, assim, gosto de fazer amor, só me falta a parede ocre e a cadeira azul dos amantes, uma paisagem noturna, um par de mãos ásperas. Havia uma mulher que vivia diante de um colégio, com ela andei muito para encontrar abacates, sempre embrulhados num jornal, muitas vezes postos sobre uma mesa untados num pão ou numa tosta. Os abacates nunca se comem verdes.