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26 outubro 2018

karthika nair


Tempus Fugit

I think I would like to die watching you dance,
feet staying quicksilver skies, arms a swift crease
of light across longitudes. Stars rise from trance

at your touch, drape the stage with night while stagehands
mix music (bass from springtides, then soughing trees,
I think). I would like to die watching you dance

this tango with Mistress Time – trellised, by chance
or choice, in memory’s arms –, transform a frieze
to light. Across longitudes, she twists in trance

till lips landlocked by your will blaze morning, lance
the inky continent, where – like yestreen breeze –
I think I would like to die. Watching you dance,

scissor land and sea, curve orbits with bare hands,
Time learns to whirl on lone, hennaed feet: release
of light on longitudes. Stars fall into trance

as you plummet out of life: no backward glance
of farewell, no thunder, no tears. With such ease
would I like to die, I think, watching your dance
– like lightning on longitudes – strike and entrance.


Tempus Fugit

Penso que gostaria de morrer a ver-te dançar,
pés como um céu de vida, braços em dobra veloz
de luz pelas longitudes. As estrelas levantam-se do seu transe

pelo teu toque, cobrem a cena com noite enquanto os contra-regras
misturam a música (em marés primaveris, depois em sussurro de árvores, acho)
Gostaria de morrer a ver-te dançar

Este tango com a Amante Tempo –abraçada, por acaso
ou por escolha, pelos braços da memória -, transformando estuque
em luz. Através das longitudes, ela gira em transe

até que os lábios que tu desejaste sem saída para o mar sejam manhã ardente, lanças-te
ao continente manchado de tinta onde – como a brisa verde -
penso que gostaria de morrer. Vendo-te dançar,

tesourando terra e mar, curvando órbitas com as mãos nuas,
o Tempo aprende a circundar sozinho, pés de make-up : desprendimento
de luz em longitudes. As estrelas caiem em transe

enquanto desvaneces da vida : sem um olhar para trás
de despedida, sem tronos, sem lágrimas. Com tal facilidade
gostaria de morrer, vendo a tua dança
- como um raio em longitudes – bater e dar entrada.