Tempus Fugit
I think I would like
to die watching you dance,
feet staying
quicksilver skies, arms a swift crease
of light across
longitudes. Stars rise from trance
at your touch, drape
the stage with night while stagehands
mix music (bass from
springtides, then soughing trees,
I think). I would
like to die watching you dance
this tango with
Mistress Time – trellised, by chance
or choice, in
memory’s arms –, transform a frieze
to light. Across
longitudes, she twists in trance
till lips landlocked
by your will blaze morning, lance
the inky continent,
where – like yestreen breeze –
I think I would like
to die. Watching you dance,
scissor land and
sea, curve orbits with bare hands,
Time learns to whirl
on lone, hennaed feet: release
of light on
longitudes. Stars fall into trance
as you plummet out
of life: no backward glance
of farewell, no
thunder, no tears. With such ease
would I like to die,
I think, watching your dance
– like lightning
on longitudes – strike and entrance.
Tempus
Fugit
Penso
que gostaria de morrer a ver-te dançar,
pés
como um céu de vida, braços em dobra veloz
de
luz pelas longitudes. As estrelas levantam-se do seu transe
pelo
teu toque, cobrem a cena com noite enquanto os contra-regras
misturam
a música (em marés primaveris, depois em sussurro de árvores,
acho)
Gostaria
de morrer a ver-te dançar
Este
tango com a Amante Tempo –abraçada, por acaso
ou
por escolha, pelos braços da memória -, transformando estuque
em
luz. Através das longitudes, ela gira em transe
até
que os lábios que tu desejaste sem saída para o mar sejam manhã
ardente, lanças-te
ao
continente manchado de tinta onde – como a brisa verde -
penso
que gostaria de morrer. Vendo-te dançar,
tesourando
terra e mar, curvando órbitas com as mãos nuas,
o
Tempo aprende a circundar sozinho, pés de make-up : desprendimento
de
luz em longitudes. As estrelas caiem em transe
enquanto
desvaneces da vida : sem um olhar para trás
de
despedida, sem tronos, sem lágrimas. Com tal facilidade
gostaria
de morrer, vendo a tua dança
-
como um raio em longitudes – bater e dar entrada.