Mostrar mensagens com a etiqueta cécile coulon. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta cécile coulon. Mostrar todas as mensagens

02 agosto 2019

cécile coulon


Des poumons supplémentaires

Ces manques que nous portons en nous
Comme des poumons supplémentaires
Des branchies allumées
Mille ramures d’acier et de chair
Sinon, comment pourrait-il respirer
Le désir qu’on enfouit sous nos terres ?
Dans ton corps il a creusé deux trous
Qu’il a remplis de larmes et de lumière
Ces brèches aux couleurs ambulantes
Par où nous devinons les manques
Ces manques que nous portons en nous
Comme des poumons supplémentaires
Sens-tu cette âme qui suffoque dans les couloirs du sang
Les rochers de la gloire où l’amour se fracasse ?
Tu es ton adversaire
Le monde n’a plus besoin d’innocents
Le monde veut des passions
Un jour nous dormirons dans sa carcasse
Sous des cieux abîmés que secoue
Un dieu qui n’en a rien à faire
De ces manques que nous portons en nous
Comme des poumons supplémentaires
Si tu me cherches encore sache que je suis dans ta vie
Je ne quitte pas tes ornières
Je n’ai pas su ronger
La laisse que tu m’as mise au cou
Ces deux trous dans ton visage ils se ferment la nuit
Je n’ai plus besoin de voir derrière
Pour savoir ces manques que nous portons en nous
Comme des poumons supplémentaires.

Pulmões suplementares

Essas ausências que trazemos em nós
Como pulmões suplementares
Guelras acesas
Mil armações de aço e carne
Senão, como se poderia respirar
O desejo de nos enterrarmos nas nossas terras?
Em seu corpo ele cavou dois buracos
Que preencheu com lágrimas e luz
Essas fendas com cores ambulantes
Através da quais adivinhamos as ausências
As ausências que trazemos em nós
Como pulmões suplementares
Por que nós achamos as faltas
Sentes essa alma que sufoca nos corredores do sangue
Os rochedos da glória onde o amor se estilhaça?
Tu és o teu adversário
O mundo já não precisa de inocentes
O mundo quer paixões
Um dia dormiremos na sua carcaça
Debaixo de céus esburacados
Sob os céus arruinados, agitados por
Um deus que não se importa
Com as ausências que trazemos em nós
Como pulmões suplementares
Se ainda me procurares que saibas que estou na tua vida
Não abandono os teus sulcos
Eu não soube roer
A coleira que me puseste no pescoço
Essas duas fendas no teu rosto fecham-se à noite
Já não preciso de olhar para trás
Para saber destas ausências que trazemos em nós
Como pulmões suplementares