roxana artal

 
Una cuna de fuego no
una cuna de agua hirviendo
donde mecer el desarraigo
 
donde acunar
la noche insobornable
 
no con el canto del sol
no con el de la carne
 
no una cuna de fuego
una cuna de agua hirviendo
donde arrojar el deseo
reducirlo a imperceptible vapor
rocío, acaso nada.
 
 
Um berço de fogo não
um berço de água a ferver
onde abanar o desenraizamento
 
onde embalar
a noite insubornável
 
não com o canto do sol
não com o da carne
 
não um berço de fogo
um berço de água a ferver
para onde lançar o desejo
reduzi-lo a impercetível vapor
orvalho, talvez nada.