Mostrar mensagens com a etiqueta antonella anedda. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta antonella anedda. Mostrar todas as mensagens

13 maio 2021

antonella anedda

 

Donna che scrive


È la fame che le apre la gola:

un cucchiaio di consonanti,

una spatola di osso sul palato.

In quelle ore si trasforma

dalla sponda del tavolo all’armadio

il corpo mangia se stesso nel riflesso.

Intorno ruotano i pipistrelli

uno stridere cieco che si unisce

al suo battere di unghie sopra i tasti.


Se chiude gli occhi

la stanza si scompone.

Allora scopre da dove viene il terrore.

Dal chiodo dentro il tronco dell’albero di ieri

dal fungo esploso di notte

di un enorme marrone.



Mulher que escreve


A fome abre-lhe a garganta:

uma colher de sopa de consoantes,

uma espátula de osso sobre o palato.

Nessa altura transforma-se

do canto da mesa ao armário

o corpo come-se a si mesmo no reflexo.

À volta rodam os morcegos

um uivo cego que se une

ao ruído das unhas no teclado.


Fecham-se os olhos

o quarto decompõe-se.

Descobre então de onde vem o terror.

Do prego no tronco da árvore de ontem

do fungo que explodiu à noite

de um enorme castanho .