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17 abril 2023

eli ludueña


Qué es mi cuerpo

si no más que la prolongación

de otra existencia,

otra historia que me precede,

la primitiva herida.


Cuántos años de mis otras vidas,

cuánta sangre acumulada,

cuántas vacías miradas,

llegan hoy hasta mí.


Pisadas tierras,

forjados caminos,

heridas manos,

que hoy puestas llevo.


Qué es mi cuerpo,

si no más que la continuación

de otros versos,

que flotan

o andan plasmados,

bajo el mismo cielo.




O que é o meu corpo

se não o prolongamento

de uma outra existência,

outra história que me precede,

a primitiva ferida.


Quantos anos das minhas outras vidas,

quanto sangue acumulado,

quantos olhares vazios,

chegam hoje até mim.


Pisadas terras,

forjados caminhos,

feridas mãos,

que hoje movimento.


O que é o meu corpo,

se não a continuação

de outros versos,

que flutuam

ou andam plasmados,

sob o mesmo céu.