je descends dans mes fibres
en détressant ma peau
plus que nue dans vos bras
je me demande encore
si je parviens
à mettre le mot vivre
dans le cœur abandon
je vous brûlais mes vêtements
et vous appelais digues
camisole physique
qui me tient hors danger
je ne veux plus de moi
je descends plus bas
que les entailles primaires
augurale violence
dans le bassin du vieux
je sens le violeur ruisselant
sa dalle de mortes
est grande
aigres chairs aux étreintes
peau règne cannibale
lance ta flamme
dans le moyeu pourri
ce nid toujours au centre
dans ma religion je t’accueillerai
jusqu’à la fin du jour
vain passé au crâne d’indifférence
mes tripes ont repoussé
en vieilles fleurs éteintes
sinistre mellifère
je voudrais m’accoucher
mourir avant le cri
pour retrouver mes autres
je vous ai trop perdu
mystagogue tant chéri
donne-moi le bâton des audiences
une phrase nous suffit
guérir ne tient qu’à la promesse
tu précèdes.
desço em minhas fibras
destrançando a minha pele
mais do que nua nos teus braços
ainda me pergunto
se conseguirei
colocar a palavra viver
no coração abandono
queimei-te as minhas roupas
a que chamavas diques
colete-de-forças
que me mantém fora de perigo
já não me quero
descer mais abaixo
que os cortes primários
augúrio de violência
na bacia do velho
cheiro o violador a escorrer
a sua laje de mortas
é grande
azedas carnes com abraços
pele rainha canibal
lança a tua chama
no cubo apodrecido
este ninho sempre no centro
na minha religião acolher-te-ei
até ao fim do dia
fútil passado no crânio de indiferença
as minhas entranhas brotaram
em velhas flores extintas
sinistro melífero
gostaria de dar à luz
morrer antes do grito
para encontrar os meus outros
Eu perdi-te demasiado
mistagogo tão querido
dá-me o martelo das audiências
uma frase é suficiente para nós
a cura depende apenas da promessa
tu precedes.