Mostrar mensagens com a etiqueta alondra berber. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta alondra berber. Mostrar todas as mensagens

28 maio 2020

alondra berber


Puerta cerrada

una mano se desliza por el azulejo
infancia de onanismos y juguetes

aprendo a los cuatro años a masturbarme
y lo hago hasta que duele mucho

las piernas tiemblan mis dedos se cansan
pero no me detengo
un ruido desborda desde mi garganta
aprieto la boca

las caricias inician convulsiones
como conejos friéndose
y luego me miro en el espejo
con el cuerpo chiquito desnudo
y me digo puta
hasta arañarme los brazos
y me golpeo la cara
y se enrojecen mis ojos

globos borrosos caen al agua
corrientes violentas de champú flotan
hacia la coladera
y las heridas abiertas del recuerdo
anuncian la malicia
y mis ganas de no quererme nunca
mis ganas de no quererme nunca
de no quererme nunca


Porta fechada

uma mão desliza pelo azulejo
infância de onanismos e brinquedos

aprendo aos quatro anos a masturbar-me
e faço-o até doer muito

as pernas tremem os meus dedos cansam-se
mas não paro
um ruído transborda da minha garganta
aperto a boca

as caricias iniciam convulsões
como coelhos a serem fritados
e depois miro-me no espelho
com o corpinho nu
e chamo-me puta
até me arranhar os braços
e bato-me na cara
e avermelham-se os meus olhos

balões embaçados caem na água
correntes violentas de champô flutuam
até ao coador
e as feridas abertas da lembrança
anunciam a malícia
e as minhas pancas de não gostar de mim nunca
as minhas pancas de não gostar de mim nunca
de não gostar de mim nunca