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16 maio 2020

paula martini


Una vez amé tanto que corrí hasta el río

Cuando llegué, pesada y desnuda, a la orilla,
con caracoles como dientes y dedos de arena
nadie me miró o tal vez
lo hicieron las piedras, que son infinitas

Después todo fue una confusión
y el viento era tanto que se me enredó el pelo
en esqueletos de pescados.
en camalotes con yuyos y culebras

tanto estaba amando que miré el horizonte
con los pezones erguidos y los ojos nublados

Pero el manso río marrón
me disolvió los dedos
y se llevó los caracoles.


Uma vez amei tanto que corri até ao rio

Quando cheguei, pesada e nua, à margem,
com caracóis como dentes e dedos de areia
ninguém olhou para mim ou talvez
o tenham feito as pedras, que são infinitas

Depois, foi tudo uma confusão
e o vento era tanto que enrolou o meu cabelo
em esqueletos de pescado.
em camalotes com ervas e cobras

estava a amar tanto que olhei para o horizonte
com os mamilos eretos e os olhos enevoados

Mas o manso rio castanho
dissolveu-me os dedos
e levou-me os caracóis.