Mostrar mensagens com a etiqueta lucía rueda. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta lucía rueda. Mostrar todas as mensagens

18 abril 2022

lucía rueda

 

Síncope


Pasaron una piedra. Por los huesos

de mi papá era noche. Su cuerpo grávido,

como la luna que insta al lobo ser lobo

y le repite que no dormirá


la locura. Llegó a su mano enajenada

la parálisis de no asistir,

no ser presente en las quinientas horas,

ni escribir el cambio de fechas.

Cada que despierta, el sudor es tanto

que mi mamá sueña con un barco

donde las amuras ya no resisten

ventoleras

que quieren derribar las puertas.

Donde exista una migaja segura


el lobo sopla a las paredes.

De su locura, mi papá dice que es triste.

Me lo dijo de noche,

con la mirada que crea lunas.

Con su nariz desafortunada


da miedo acercar nuestra mano

y no saber quién. Debajo del disfraz,

¿la edad no es triste?

Pregunta mi papá mientras

se desplaza por la sala

persiguiendo las fotos familiares

y su propia cola que confunde

con la del perro que tiene prohibido

lamer su mano en reposo.

Da miedo acercarse.


Mi papá no sabe en qué momento

se metió una piedra en sus huesos,

me dice aullando. Con la mirada que crea bosques


mi mamá repite que la locura

entra por la puerta y hay que mantener la calma

mientras se repite la canción lunar.



Síncope


Passaram uma pedra. Pelos ossos

do meu pai era noite. Seu corpo grávido,

como a lua que insta o lobo a ser lobo

e lhe repete que não dormirá


a loucura. Chegou à sua mão alheada

a paralisia de não assistir,

não estar presente nas quinhentas horas,

nem escrever a mudança de datas.

Cada vez que acorda, o suor é tanto

que a minha mãe sonha com um barco

onde as amuras já não resistem

ventoleiras

que querem derrubar as portas.

Onde haja uma migalha segura


o lobo sopra nas paredes.

Da sua loucura, o meu pai diz que é triste.

Disse-mo à noite,

com o olhar que cria luas.

Com seu nariz infeliz


dá medo aproximar a nossa mão

e não saber quem. Debaixo do disfarce,

a idade não é triste?


Pergunta o meu pai enquanto

se movimenta pela sala

perseguindo as fotos de família

e a sua própria cauda que confunde

com a do cão que está proibido

de lamber a sua mão em repouso.

Dá medo chegar perto.


O meu pai não sabe em que momento

enfiou uma pedra em seus ossos,

diz-me uivando. Com o olhar que cria bosques


a minha mãe repete que a loucura

entra pela porta e tem que manter a calma

enquanto se repete a canção lunar.