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14 julho 2009

sandrine rotil-tiefenbach

LE CADEAU INDIEN

Faire mourir
la tempête avant
qu'elle ne te tue
ils me cherchent, ses vents cruels
et sous leurs ventres froids
ses fantômes me huent
Je dessine mon squelette
au sang de mes songeries
qui coule à l'infini
à chacun de nos pas

Ma terre, mon sahara,
ont de la nuit
l’éclat.


IL FALLAIT UN GRAND SOUFFLE
pour que la terre achève de se tordre
gonfler le feu de l'écorchure
jusqu'à sa dernière cendre

il est venu
dans une brasse légère
a couvert le cri de l'arbre
redessiné sa peau

l'écorce ne savait plus parler
il n'a donc rien su
ni qu'il avait caressé une morte
ni qu'il l'avait ressuscitée


LES MOTS SE TOURNENT AUTOUR
ils sont trop pleins d’aveux

La peur se mord la bouche
en rigoles, son sang neige

sur les seins blonds des Dieux


TES YEUX, RÉALITÉ, SONT DEUX PRÉCIPICES.
dans l’un tournoie le vent
des serments tacites que tu y as jetés
je suis le fond de l’autre


LE SOLEIL SE LÈVE, IRRÉVÉRENCIEUX
entre deux touches de piano
une note au fond de l'oeil
la clé tombée au sol



A PRENDA DA ÍNDIA
Mandar matar
a tempestade antes
que ela não te mate
andam atrás de mim os seus ventos cruéis
e por baixo dos seus ventres frios
assuam-me os seus fantasmas
Desenho o meu esqueleto
com o sangue das minhas visões
dissolvendo ao infinito
cada um dos nossos passos
A minha terra, o meu sahara
têm da noite
o clarão.


ERA PRECISO UM GRANDE SOPRO
para que a terra deixasse de se torcer
dilatar o fogo da ferida
até à sua última cinza.

ele chegou
em passo leve
ao abrigo do grito da árvore
redesenhada a sua pele

a crosta terrestre já não sabia falar
e portanto ele nada soube
nem que tinha acariciado uma morta
nem que a tinha ressuscitado


AS PALAVRAS GIRAM EM VOLTA
estão demasiado cheias de confissões

O medo corrói a boca
de sulcos, som sangue neve

sobre os seios castanhos dos Deuses.


OS TEUS OLHOS, REALIDADE, SÃO DOIS PRECIPÍCIOS
num deles rodopia o vento
dos juramentos tácitos que tu lhe lançaste
eu sou o fundo do outro


O SOL LEVANTA-SE SEM REVERÊNCIA
entre dois acordes de piano
uma nota ao fundo do olho
a clave caída ao chão




Que laisser à l'oubli
et que garder en soi...

le trait d'un soleil froid
coulant
sur ma peau nue le sale
regard d'un chien et des
serments perdus ce sel
entre mes mains

qui ne séchait pas
qui ne séchait pas

comme la douceur mentait
baisers en miettes hirsutes
souffrance en bois de flûtes
le vent l'éparpillera

le vent l'éparpillera


O que deixar ao esquecimento
o que guardar em si...

o traço de um sol frio
vazando
sobre a minha pele nua o sujo
olhar de um cão e os
juramentos perdidos este sal
entre as minhas mãos

quem não secava
quem não secava

como a doçura mentia
beijos em migalhas hirsutas
sofrimento em madeira de flauta

o vento o dispersará
o vento o dispersará