Mostrar mensagens com a etiqueta catherine rey clarke. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta catherine rey clarke. Mostrar todas as mensagens

16 novembro 2022

catherine rey clarke

 

Mar tóxico


Peces caníbales mutilan un corazón herido.

Sólo el embrión más puro yace en tus entrañas

de pez desubicado.

La corriente nos jala a corredores inesperados,

donde mandíbulas afiladas esperan tu llegada.


Señuelos bioluminiscentes asemejan la salida de un ciclo directo.

A lo lejos el canto de ballenas jorobadas

repite mantras de fortaleza.

Tú nadas y nadas

sudando las últimas escamas de tu cuerpo lacerado

por armas humanas.

Una bolsa de plástico se enrolla en tu única espina.

El látigo de tu cola se muestra mocha.

Los claspers ensangrentados pero aún presentes,

erguidos de una manera solemne,

cumplen siempre su misión reproductiva.


Mar de limones y encebollados,

la guerra entre el pez y el humano.

Me rehúso a morir recostada en tu plato.


Los parásitos me salvarán

de este mar intoxicado.



Mar tóxico


Peixes canibais mutilam um coração ferido.

Só o embrião mais puro jaz em suas entranhas

de peixe fora do ninho.

A corrente leva-nos para corredores inesperados,

onde as mandíbulas afiadas aguardam a tua chegada.


Embelezamentos bioluminescentes assemelham-se à saída de um ciclo direto.

Ao longe o canto das baleias corcundas

repete mantras de força.

Tu nadas e nadas

suando as últimas escamas do teu corpo dilacerado

por armas humanas.

Um saco de plástico enrola-se na teu única espinha.

O chicote da tua cauda apresenta-se mocha.

Os clásperes ensanguentados mas ainda presentes,

erguidos de maneira solene,

cumprem sempre a sua missão reprodutiva.


Mar de limões e acebolados,

a guerra entre o peixe e o humano.

Recuso-me a morrer estirada no teu prato.


Os parasitas salvar-me-ão

deste mar intoxicado.