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09 junho 2023

carolina alvarado

 
Soy una bicicleta
 
Soy una bicicleta a mitad de la noche,
atravesando un puente;
escucho las luces del barranco, ladran como sabuesos.
 
Soy un caballo pardo con dos ruedas,
la brisa inflama mis pulmones,
dos cámaras de caucho sintético.
Mis costillas, con parches, navegan el asfalto.
 
Soy un corcel encadenado a la baranda,
sobrellevo el sol, la lluvia, la mirada del policía.
Ella, mi yoqui, escribe que es una bicicleta, un caballo,
pero soy yo el dragón rojo que desapareció una mañana.
 
Soy el fantasma de una bicicleta,
escribe mi yoqui, por no mencionar:
lo que implica la lentitud de las piernas sin alas,
del galgo, la falta de fuerza,
el ya no ser tan veloz como Speedy Gónzales.
Soy el chocarrero espíritu de un corcel, escribe,
por no decir: de Rocinante, la ausencia,
y, con ella, la pérdida de estatura, el sendero sin la bestia.
Usa la palabra “bestia”, refiriéndose al perro más fiel.
 
Ya no besa sus plantas de los pies, la noche,
ni la leche marina inunda el horizonte.
No galopa al naranja que atardece.
Todo, todo eso que fuimos, que habitamos.
No volar, ya, en el lomo de un dragón,
No oler, más, el pasto de las estrellas.
 
Soy el alma de un ser mitológico, soy una bicicleta.
 
 
 
Sou uma bicicleta
 
Sou uma bicicleta no meio da noite,
atravessando uma ponte;
escuto as luzes do barranco, ladram como cães de caça.
 
Sou um cavalo pardo com duas rodas,
a brisa inflama os meus pulmões,
duas câmaras de borracha sintética.
 
As minhas costelas, com remendos, navegam pelo asfalto.
 
Sou um corcel acorrentado à grade,
enfrento o sol, a chuva, o olhar do polícia.
Ela, o meu jóquei, escreve que é uma bicicleta, um cavalo,
mas sou eu o dragão vermelho que desapareceu uma manhã.
 
Sou o fantasma de uma bicicleta,
escreve  o meu jóquei, para não falar:
o que implica a lentidão das pernas sem asas,
do galgo, a falta de força,
o já não ser tão rápido como o Speedy Gonzáles.
Sou o chocarreiro espírito de um corcel, escreve,
para não dizer: de Rocinante, a ausência,
e, com ela, a perda de estatura, o caminho sem a besta.
Usa a palavra "besta", referindo-se ao cão mais fiel.
 
Já não beija as suas solas dos pés, a noite,
nem o leite marinho inunda o horizonte.
não cavalga ao pôr-do-sol.
Tudo, tudo aquilo que fomos, que habitamos.
Não voar, já, no lombo de um dragão,
Não cheirar mais a relva das estrelas.
 
Sou a alma de um ser mitológico, sou uma bicicleta.