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06 março 2021

carolina ruales

 

Hija rota, soy tu padre


Mis palabras retoñan en el cáliz de tu boca.

Visito tus espinas cada vez que miras revolotear las aves del centro de Buenaventura.

Te asombras de las plantas que crecen a lo largo de sus edificios.

Sales del trabajo y vas frente al mar, a pensar en ese amor que no se queda.

Ves una familia completa y piensas en mí, tu padre sin materia, en tu madre que extrañas pese a tener su aliento tan cerca.

Hoy escribes palabras dictadas desde la espesura de mi camino ahuecado, las que alcanzas a agarrar en el aire de tu cuarto huérfano. 

Las demás se escaparon con los años, las escribes para que tu largo dolor, quepa dentro de mi nombre.



Filha partida, sou o teu pai


Brotam as minhas palavras no cálice da tua boca.

Visito os teus espinhos sempre que vês a passarinhagem das aves do centro de Buenaventura.

Espantas-te com as plantas que crescem ao longo dos seus edifícios.

Sais do trabalho e vais para diante do mar, a pensar nesse amor que não permanece.

Vês uma família inteira e pensas em mim, teu pai sem matéria, na tua mãe de que sentes falta apesar de teres o seu hálito tão perto.

Hoje escreves palavras ditadas pela espessura do meu caminho oco, as que alcanças a agarrar no ar do teu quarto órfão.

As outras desapareceram com o passar dos anos, escreve-as para que a tua longa dor caiba dentro do meu nome.