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22 maio 2022

helga krebs

 

Las malditas


(Recordando a Doris Lessing)


En vano el estado de gracia

y la paz hogareña protegieron

las ancas provincianas

de la joven Tierra.

El extranjero estuprador

enmascarado la embiste

y con sus colmillos de luz

arranca de su cadera

la carne espantada.


Desde entonces, edades

y mareas pintan continentes

de leche móvil y sombras

deslizantes sobre la piel

azul de la sonámbula.

Y en una eternidad

de rotaciones sucesivas

la infanta cadáver se infla,

desinfla, muerta vive

de angurria depredando

a la madre alienada.


Maldita seas, Luna odiosa

lunísima bastarda del cometa,

recogedora derramadora

de la pulsación solar

del tirano abominable

que cela las blasfemias

de mi cuerpo violado.




As malditas


(Lembrando Doris Lessing)


Em vão o estado de graça

e a paz do lar protegeram

as ancas provincianas

da jovem Terra.

O estrangeiro violador

mascarado embate

e com os seus dentes de luz

arranca do seu quadril

a carne espantada.


Desde então, idades

e marés pintam continentes

de leite móvel e sombras

deslizantes sobre a pele

azul da sonâmbula.

E numa eternidade

de rotações sucessivas

a criança cadáver incha,

desincha, morta vive

como enguia predatória

da mãe alienada.


Maldita sejas, lua odiosa

luníssima bastarda do cometa,

recolhedora derramadora

da pulsação solar

do tirano abominável

que cela as blasfémias

do meu corpo violado.