Mostrar mensagens com a etiqueta ágata navalón. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta ágata navalón. Mostrar todas as mensagens

22 março 2023

ágata navalón

 

VALLE DE LÁGRIMAS

Un hombre salvaje y oscuro cruza un páramo absurdo habitado por coches sin dueños.


Algunos se agarran a sus cepos metálicos,

capturados, no organizan una vida ordenada.

El tiempo los destruye estáticamente.


La luz solar choca contra ellos, dispersándose,

descomponiendo colores sobre las chapas anaranjadas,

el óxido imita el color de la piel, del alma, del caminar del hombre que no nació en

                                                                                                                  este

                                                                                                            valle.


El hombre araña la idea de su cuerpo sobre el agua desaparecida

porque los poetas inútiles no explicaron los hundimientos.


El agua está bajo tierra, pero nadie la espera.

El hombre no mira. Cruza.

El sol, estrella vieja, lo es todo.


Luz fracturada en siete colores, invisibles para un invidente capaz de medir las longitudes de onda,

el hombre tienta la perturbación invisible a sus ojos,

en este nuevo valle de lágrimas y astronautas movidos por los hilos de las máquinas teledirigidas

Nosotros no vemos tampoco dónde habitan los dueños.

Sobrevuelan sus máquinas. El hombre solo las oye

en esta tierra ignota, desencadenante de los hechos narrados.

Los recitarás, tú, con espadas náufragas del oro derretido de las conquistas,


espadas ciegas como ese hombre.


No me crees, no me creéis, lo sé. Lo veo. Aún veo.





VALE DE LÁGRIMAS

Um homem selvagem e obscuro atravessa uma charneca absurda habitada por carros sem donos.


Alguns agarram-se às suas armadilhas metálicas,

capturados, não organizam uma vida ordenada.

O tempo destrói-os estaticamente.


A luz solar choca contra eles, espalhando-se,

decompondo as cores nas chapas alaranjadas,

o óxido imita a cor da pele, da alma, do caminhar do homem que não nasceu em

                                                                              este

                                                                         vale.


O homem aranha a ideia do seu corpo sobre a água desaparecida

porque os poetas inúteis não explicaram os afundamentos.


A água está debaixo da terra, mas ninguém a espera.

O homem não olha. Atravessa.

O sol, estrela velha, é tudo.


Luz fraturada em sete cores, invisíveis para um cego capaz de medir os comprimentos de onda,

o homem tenta a perturbação invisível aos seus olhos,

neste novo vale de lágrimas e astronautas movidos pelos fios das máquinas teledirigidas

Nós também não vemos onde os donos moram.


Sobrevoam as suas máquinas. O homem só as ouve

nesta terra ignota, desencadeante dos factos narrados.

Tu recitarás, com espadas náufragas do ouro derretido das conquistas,


espadas cegas como esse homem.


Não acreditas em mim, não acreditas em mim, eu sei. Estou a ver. Eu ainda vejo.