I
ce n’est pas venu
l’absolue bonté du soir là-bas
sous le front digne de la falaise
les corbeaux les grands
corbeaux de soif
ont emporté les mots d’été
je suis resté avec l’ombre
de plomb et de Pierre
não
chegou
a
absoluta bondade da noite ali
sob
a frente digna da falésia
os
corvos, os grandes corvos de sede
levaram
as palavras estias
fiquei com a sombra
de
chumbo e de Pedra
II
mère le ciel est parti
ton corps au souffle absenté
sur l’aile du cygne
en crosse de fougère
ta main sans caresse
fenaison des ombres
ici rien
mãe
o céu desapareceu
o
teu corpo ausente de fôlego
na
asa do cisne
em
coronha de feto
a
tua mão sem carícia
ceifa
das sombras
aqui nada
III
petite blessure chérie
que j’enrobe de mots
ô mon frisson d’épine
abruti de caresses
tu me laboures l’échine
visage de plaie contre ciel
quand moi je ravaude
toutes cendres fumantes
le temps d’auparavant
pequena
ferida querida
acobertada
de palavras
oh
meu arrepiado espinho
embrutecido
de carícias
dás
cabo de mim
rosto
de praga contra o céu
ao
engolir
do
fumo, todas as cinzas
IV
et encore tout petits et encore
insensiblement ils amenuisent
les noms vides des cœurs vides
qui tombent de soi
écailles mortes
mais de plus en plus
un lambeau de ciel
émergé des corps cheminant
des lèvres immensément soyeuses
m’arrive si pâle
son bleu de promesse
en l’absence de
e
ainda muito pequenos e ainda
insensivelmente
encolhem
os
nomes vazios dos corações vazios
que
caem de si
escamas
mortas
mas
cada vez mais
um
pedaço de céu
emergido
dos corpos caminhando
lábios
imensamente sedosos
acontece-me
tão pálida
a
sua promessa azul
na ausência de
V
avec de l’oiseleur
la triste fièvre
on battra le rappel
on ramassera contre soi
ses membres compagnons
le scintillant le brisé
l’azuré et le vineux
tous ceux qui
se réclament de nous
firent substance
l’écume du peu
com
o passarinho
a
triste febre
ultrapassaremos
o recorde
cairemos
de bruços contra si
os
seus membros companheiros
o
cintilante o quebrado
o
azulado e o bordeaux
todos
os que
se
reclamam de nós
fizeram
substância
a
espuma do pouco
VI
cette rose
porte une parole orpheline
à peine est-elle encore
rose
tant son verbe heurte la terre
foudroie les grappes oubliées
son parfum
le temps qui vient après la mort
esta
rosa
incorpora
uma palavra órfã
difícil
dizer que ainda é
rosa
tanto
o seu verbo atinge a terra
relampagando
as uvas esquecidas
o
seu perfume
o
tempo que vem depois da morte
VII
d’où
ces traits de la vieille pluie
qui hachent qui pèsent
aux nuques
qui rêvent qui flambent
autant de froidure
à nos visages agenouillés
aucun ne laisse
passer le jour ni ne prend
parole
plus aucun
donde
estes
traços da velha chuva
que
picam que pesam
nos
pescoços
que
sonham que ardem
tanto
frio
em
nossos rostos ajoelhados
nenhum
deixa
passar
o dia nem tomar
palavra