FIG
to you, this love, the way it planted itself
as the fig tree did against the brick wall
of the old lean-to glass house whose roof
was shattered by winter storms. And readily
it grew in the average loam, leaves fragrant
and deeply lobed. But a fig is not a fruit,
it’s a flower and, like a fig, this love bloomed
inward. You didn’t love me, you said,
but I waited. A fig will never ripen
in a bowl. You must know the exact time
to pick it. Touch it, skin to skin, to feel
the exquisite velvet bloom. Squeeze it gently
from its base to see it weep a perfect tear.
to stay upright. This love is ripe now, my love,
split it, taste the complex inflorescence,
love’s core of tiny edible blossoms.
How seemingly seedless it is, but all
the more luscious for it. What is love anyway
but an abundance of figs underfoot
in the midday sun, browsed upon by wasps.
este amor, o modo como se plantou a si mesmo
como a figueira fez contra a parede de tijolos
encostada à velha estufa de vidro cujo teto
foi destroçado por tempestades de inverno. E facilmente
cresceu na argila comum, folhas perfumadas
e intensamente lobuladas. Mas um figo não é uma fruta,
é uma flor e, como um figo, este amor floresceu
para dentro. Que não me amavas, disseste,
mas eu esperei. Um figo nunca amadurecerá
numa tigela. Tens que saber o momento exato
para o levar à boca. Toca-lhe, pele com pele, para sentires
o requintado veludo florescendo. Aperta-o suavemente
desde a base para o veres soltar uma lágrima perfeita.
por se manter em pé. Este amor está maduro agora, meu amor,
parte-o, experimenta a inflorescência complexa,
o núcleo do amor em pequenas florzinhas comestíveis.
Como aparenta não ter sementes, o que
o torna ainda mais delicioso. O que é o amor, de qualquer maneira,
senão uma abundância de figos regados aos nossos pés
ao sol do meio-dia, escarafunchados por vespas.
