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01 novembro 2013

adrienne rich

What Kind of Times Are These

There’s a place between two stands of trees where the grass grows uphill
and the old revolutionary road breaks off into shadows
near a meeting-house abandoned by the persecuted
who disappeared into those shadows.

I’ve walked there picking mushrooms at the edge of dread, but don’t be fooled
this isn’t a Russian poem, this is not somewhere else but here,
our country moving closer to its own truth and dread,
its own ways of making people disappear.

I won’t tell you where the place is, the dark mesh of the woods
meeting the unmarked strip of light—
ghost-ridden crossroads, leafmold paradise:
I know already who wants to buy it, sell it, make it disappear.

And I won’t tell you where it is, so why do I tell you
anything? Because you still listen, because in times like these
to have you listen at all, it’s necessary
to talk about trees.


Que espécie de tempos são estes

Há um lugar entre duas faixas de árvores onde a relva cresce pelo monte acima
e o velho caminho revolucionário se interrompe entre as sombras
junto a uma assembleia abandonada pelos perseguidos
que desapareceram no interior dessas sombras.

Passeei por aí colhendo cogumelos na orla do medo, mas não se enganem
isto não é um poema russo, isto não é algures mas aqui,
o nosso país movendo-se em direcção à sua própria verdade e horror,
o seu modo próprio de fazer desaparecer as pessoas.

Não te vou dizer onde fica este lugar, a malha escura dos bosques
encontrando-se com a imaculada franja de luz –
encruzilhada de fantasmas, paraíso de restolho:
já sei quem o quer comprar, vender, fazê-lo desaparecer.

E não vou dizer onde está, então para que digo
estas coisas? Porque mesmo assim sou ouvida, porque em tempos como estes
para ser minimamente ouvida, é necessário

falar de árvores.