Mostrar mensagens com a etiqueta hala alyan. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta hala alyan. Mostrar todas as mensagens

28 setembro 2020

hala alyan


Honeymoon

Of this room remember heat. A fight with my father and
glass evil eyes. The television sparking like a glamorous fish.

We’ve turned off every lightbulb, fan each other with foreign
magazines. I take photographs of stray dogs. In the car,

the Turkish driver listens to horse races on the radio.
I won, he tells us. I dress like a pillar. I want to burn the verbs

I mispronounce to the Egyptian waiter. My uterus bleeds from Athens
to Istanbul and the moon is a spider tracking its white mud

across the sky. Orange blossoms open like pepper in the courtyard.
Everywhere, blue rooftops. Antibiotics for my infected jaw.

We take Rome with us to Rome. At the passport control line,
you tell me to let you speak. You tell them I’m with you.



Lua de mel

Deste quarto lembro o calor. Uma discussão com o meu pai e
malignos olhos vidrados. A televisão a lançar raios como um peixe glamoroso.

Desligámos todas as luzes, abanámo-nos um ao outro com revistas
estrangeiras. Tiro fotografias aos cães perdidos. No carro,

o taxista turco ouve na rádio as corridas de cavalos.
Ganhei, disse-nos. Visto-me como um pilar. Quero queimar os verbos

dirigidos em má fonia ao empregado egípcio. O meu útero sangra de Atenas
a Istambul e a lua é uma aranha mapeando a sua lama branca

ao longo do céu. Flores de laranjeira abertas como pimenta no pátio.
Por todo o lado telhados azuis. Antibióticos para a minha mandíbula infetada.

Levamos Roma connosco até Roma. No ponto de controlo dos passaportes
pedes-me para te deixar falar. Dizes-lhes que estou contigo.