Honeymoon
Of this room
remember heat. A fight with my father and
glass evil eyes. The
television sparking like a glamorous fish.
We’ve turned off
every lightbulb, fan each other with foreign
magazines. I take
photographs of stray dogs. In the car,
the Turkish driver
listens to horse races on the radio.
I won, he tells us.
I dress like a pillar. I want to burn the verbs
I mispronounce to
the Egyptian waiter. My uterus bleeds from Athens
to Istanbul and the
moon is a spider tracking its white mud
across the sky.
Orange blossoms open like pepper in the courtyard.
Everywhere, blue
rooftops. Antibiotics for my infected jaw.
We take Rome with us
to Rome. At the passport control line,
you tell me to let
you speak. You tell them I’m with you.
Lua
de mel
Deste
quarto lembro o calor. Uma discussão com o meu pai e
malignos
olhos vidrados. A televisão a lançar raios como um peixe glamoroso.
Desligámos
todas as luzes, abanámo-nos um ao outro com revistas
estrangeiras.
Tiro fotografias aos cães perdidos. No carro,
o
taxista turco ouve na rádio as corridas de cavalos.
Ganhei,
disse-nos. Visto-me como um pilar. Quero queimar os verbos
dirigidos
em má fonia ao empregado egípcio. O meu útero sangra de Atenas
a
Istambul e a lua é uma aranha mapeando a sua lama branca
ao
longo do céu. Flores de laranjeira abertas como pimenta no pátio.
Por
todo o lado telhados azuis. Antibióticos para a minha mandíbula
infetada.
Levamos
Roma connosco até Roma. No ponto de controlo dos passaportes
pedes-me
para te deixar falar. Dizes-lhes que estou contigo.