Quiet as Thunderbolts
And I kept it from you like a kill,
my name, my legacy, my shoulder
chip and the small hollow beneath
where I can be wounded. The Longhouse
I whittled to matchsticks, abalone
filling up with hair ties, Ute painted
coffee mugs and iron turtles a pan-flash
of identity, an almond eye watching
from between the white bookcases
and photographs of cities, orchards,
graves. A lonely ironing board
left to the street outside our old place,
candles I lit in Lisbon for all the women
I have loved. Animals who are no longer
with us. Animals who are no longer
ours. So much landscape I can’t
tend to, wide as a child’s face
and crumbled in drought,
rimmed in salt. I kept the Water
Lily, how Bear Clan was given
the medicines, Namegiver,
how she made me darker
with her words. The turquoise ring
and how it pleases the Spirits
to give that which has been
so admired. The sweetgrass
in my sock drawer, the exact volume
of air I can fit in my lungs and belly
as I try to swallow and breathe
its sweetness. Every bead, every
loop of every treasure necklace—
I kept porcupine quills
in my throat, I let the water drown me
every night in my river-bottom
canoe. I’ve been sleepwalking
since I got to this earth,
since they brought up the soil
and made an island, those who did not perish
in the dive. Since the island crawled
into a continent, I’ve been
shell and memory, calendar and hearth.
Calmos como faíscas
E recebida de ti conservei-a como uma morte,
o meu nome, a minha herança, o meu rancor
e o pequeno buraco atrás do ombro
onde posso ser ferida. A longa casa
em fósforos que artesanei, os abalones
enchendo-a amarrados aos cabelos, copos Utes
de café pintados e tartarugas de ferro um fogo de palha
de identidade, um olho de amêndoa vigilante
entre as bibliotecas brancas
e fotografias de cidades, pomares,
túmulos, uma tábua de passar
abandonada na rua em frente ao nosso antigo alojamento,
velas que acendi em Lisboa para todas as mulheres
que tinha amado. Animais que já não estão
connosco. Animais que já não estão
para nós. Tal extensão de paisagem da qual
não me consigo ocupar, feroz como um rosto de criança,
desintegrado pela seca,
forrado de sal. Guardei o nenúfar,
como as medicinas eram dadas
ao Clã do Urso, a Dadora de Nome,
como as suas palavras me tinham
tornado mais sombria. O anel de turquesa
e para agradar os espíritos
dá-se o que tinha sido
tão admirado, a ervadoce*
na minha gaveta das meias, o volume exacto
de ar que os meus pulmões e o meu vwntrw
podem conter enquanto tento respirar
e engolir a sua doçura. Cada pérola, cada laço
de cada colar tesouro -
guardei os espinhos de porco-espinho
na minha garganta, deixo que a água me afogue
todas as noites na minha canoa
fundo do rio, sou funâmbula
desde da minha chegada à Terra,
desde que fizeram subir o chão
e fabricado uma ilha quem não tem
perece no mergulho. Desde que a ilha se arrastou
até me tornar continente, fui
concha e memória, calendário e lar.