Mostrar mensagens com a etiqueta kenzie allen. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta kenzie allen. Mostrar todas as mensagens

14 março 2023

kenzie allen

 

Quiet as Thunderbolts


And I kept it from you like a kill,

my name, my legacy, my shoulder

chip and the small hollow beneath


where I can be wounded. The Longhouse

I whittled to matchsticks, abalone

filling up with hair ties, Ute painted


coffee mugs and iron turtles a pan-flash

of identity, an almond eye watching

from between the white bookcases


and photographs of cities, orchards,

graves. A lonely ironing board

left to the street outside our old place,


candles I lit in Lisbon for all the women

I have loved. Animals who are no longer

with us. Animals who are no longer


ours. So much landscape I can’t

tend to, wide as a child’s face

and crumbled in drought,


rimmed in salt. I kept the Water

Lily, how Bear Clan was given

the medicines, Namegiver,


how she made me darker

with her words. The turquoise ring

and how it pleases the Spirits


to give that which has been

so admired. The sweetgrass

in my sock drawer, the exact volume


of air I can fit in my lungs and belly

as I try to swallow and breathe

its sweetness. Every bead, every


loop of every treasure necklace—

I kept porcupine quills

in my throat, I let the water drown me


every night in my river-bottom

canoe. I’ve been sleepwalking

since I got to this earth,


since they brought up the soil

and made an island, those who did not perish

in the dive. Since the island crawled


into a continent, I’ve been

shell and memory, calendar and hearth.




Calmos como faíscas


E recebida de ti conservei-a como uma morte,

o meu nome, a minha herança, o meu rancor

e o pequeno buraco atrás do ombro


onde posso ser ferida. A longa casa

em fósforos que artesanei, os abalones

enchendo-a amarrados aos cabelos, copos Utes


de café pintados e tartarugas de ferro um fogo de palha

de identidade, um olho de amêndoa vigilante

entre as bibliotecas brancas


e fotografias de cidades, pomares,

túmulos, uma tábua de passar

abandonada na rua em frente ao nosso antigo alojamento,


velas que acendi em Lisboa para todas as mulheres

que tinha amado. Animais que já não estão

connosco. Animais que já não estão


para nós. Tal extensão de paisagem da qual

não me consigo ocupar, feroz como um rosto de criança,

desintegrado pela seca,


forrado de sal. Guardei o nenúfar,

como as medicinas eram dadas

ao Clã do Urso, a Dadora de Nome,


como as suas palavras me tinham

tornado mais sombria. O anel de turquesa

e para agradar os espíritos 


dá-se o que tinha sido

tão admirado, a ervadoce*

na minha gaveta das meias, o volume exacto


de ar que os meus pulmões e o meu vwntrw

podem conter enquanto tento respirar

e engolir a sua doçura. Cada pérola, cada laço


de cada colar tesouro -

guardei os espinhos de porco-espinho

na minha garganta, deixo que a água me afogue


todas as noites na minha canoa

fundo do rio, sou funâmbula

desde da minha chegada à Terra,


desde que fizeram subir o chão

e fabricado uma ilha quem não tem

perece no mergulho. Desde que a ilha se arrastou


até me tornar continente, fui

concha e memória, calendário e lar.