Lettre d’un
soldat
Sur un sol
nauséabond
Je t’écris ces
quelques mots
Je vais bien, ne
t’en fais pas
Il me tarde, le
repos.
Le soleil toujours
se lève
Mais jamais je ne le
vois
Le noir habite mes
rêves
Mais je vais bien,
ne t’en fais pas…
Les étoiles ne
brillent plus
Elles ont filé au
coin d’une rue,
Le vent qui était
mon ami
Aujourd’hui, je le
maudis.
Mais je vais bien,
ne t’en fais pas…
Le sang coule sur ma
joue
Une larme de nous
Il fait si froid sur
ce sol
Je suis seul, je
décolle.
Mais je vais bien,
ne t’en fais pas…
Mes paupières se
font lourdes
Le marchand de sable
va passer
Et mes oreilles sont
sourdes
Je tire un trait sur
le passé.
Mais je vais bien,
ne t’en fais pas…
Sur un sol
nauséabond
J’ai écrit ces
quelques mots
Je sais qu’ils te
parviendront
Pour t’annoncer
mon repos.
Je suis bien, ne
t’en fais pas …
Carta de um
soldado
Em chão
nauseabundo
escrevo-te estas
palavras
Estou bem, não
te preocupes
Preciso de
repouso.
O sol sempre se
alça
Mas nunca o vejo
O negro habita os
meus sonhos
Mas eu estou bem,
não te preocupes
As estrelas já
não brilham
Acantonaram-se
numa esquina de uma rua
O vento que era
meu amigo
As estrelas não
estão mais brilhando
Elas estão
girando na esquina de uma rua
O vento que era
meu amigo
Está hoje
amaldiçoado por mim.
Mas eu estou bem,
não te preocupes
Flui o sangue nas
minhas róseas
Uma lágrima de
nós
É tão frio este
chão
Eu estou sozinho,
descolo.
Mas eu estou bem,
não te preocupes
Minhas pálpebras
ficam pesadas
O comerciante de
areia passa
E meus ouvidos
estão surdos
Traço uma linha
sobre o passado.
Mas eu estou bem,
não te preocupes
Em chão
nauseabundo
escrevi estas
poucas palavras
Sei que eles vão
assediar-te
Para anunciar o
meu descanso.
Mas eu estou bem,
não te preocupes