I am learning to
abandon the world
before it can abandon
me.
Already I have given up
the moon
and snow, closing my
shades
against the claims of
white.
And the world has taken
my father, my friends.
I have given up melodic
lines of hills,
moving to a flat,
tuneless landscape.
And every night I give
my body up
limb by limb, working
upwards
across bone, towards
the heart.
But morning comes with
small
reprieves of coffee and
birdsong.
A tree outside the window
which was simply shadow
moments ago
takes back its branches
twig
by leafy twig.
And as I take my body
back
the sun lays its warm
muzzle on my lap
as if to make amends.
Estou a aprender a
abandonar o mundo
antes que me possa
abandonar.
Já renunciei à lua
e à neve, fechando
minhas persianas
às reivindicações do
branco.
E o mundo levou
o meu pai, os meus
amigos.
Renunciei às linhas
melódicas das colinas,
mudando-me para uma
paisagem plana, muda.
E todas as noites renuncio
ao meu corpo
membro a membro no
sentido ascendente
através dos meus ossos
até ao coração.
Mas chega a manhã, com
breves
adiamentos em forma de
café e canto dos pássaros.
Do outro lado da janela
uma árvore
que até há uns
instantes não era mais que uma sombra
recupera os seus ramos
folha a folha.
E enquanto eu recupero
meu corpo
o sol apoia o seu
focinho quente no meu regaço
como para emendar o
dano causado.