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Estamos todos sobre el puente,
los transeúntes lo comparten sin preguntas,
vocean sus tiempos verbales,
observan la imagen de una idea
sobrevolando los perfiles.
Cruzamos el puente,
las hormigas peregrinan por los cimientos,
las libélulas consumen la luz del ahora,
y las miradas prestan sus pupilas a una voz
que ordena ese desfile ritual.
Los bosques adelantados nos visitan,
los ríos sin cauce, los osos implacables.
Visitamos tierras sin adjetivos,
los verbos se abrazan con las personas.
Los mares admiten la existencia del silencio.
Dejamos el puente atrás,
gritamos conjugaciones de un ir común,
y llegamos al acontecimiento.
Porque un puente atravesado por el tiempo
es siempre un disparador de instantes.
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Estamos todos na ponte,
os transeuntes partilham-na sem perguntas
bradam os seus tempos verbais
observam a imagem de uma ideia
sobrevoando os perfis.
Atravessamos a ponte,
as formigas peregrinam pelos cimentos,
as libélulas consomem a luz do agora
e os olhares emprestam as suas pupilas a uma voz
que comanda esse desfile ritual.
Somos visitados pelas florestas ultrapassadas,
pelos rios sem leito, pelos ossos implacáveis.
Visitamos terras sem adjetivos,
os verbos abraçam-se às pessoas.
Os mares admitem a existência do silêncio.
Deixamos a ponte para trás
gritamos conjugações de um ir comum,
e chegamos ao acontecimento.
Porque uma ponte atravessada pelo tempo
é sempre um disparador de instantes.