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20 julho 2021

martha cecilia quijano

 

Noche primigenia


Yo nací un día

que Dios estuvo enfermo,

grave.

César Vallejo.


La noche en que nací

una tormenta era mi casa.

Los rayos iluminaron el vientre de mi madre.

La luz, se hizo vida.


Esa noche, la primera de mayo

se hizo cántaro de fuego.

Las manos sabias de una partera

me trajeron al mundo.


A mi madre,

un dolor de recién parida, le alegró el alma:

Una bocanada de aire, se hizo canto.

Una niñita con rostro luna y ojos gitanos

bebe de su pecho, le hace creer de nuevo en los milagros.


En la madrugada, a la una menos cinco,

un oleaje de mar

inundó la casa.

Las tijeras de modista,

separaron mi cuerpo del suyo:

Fui poesía junto a su regazo.


La noche en que nací

mi madre le puso cerrojo a su templo

ahora, útero de cal y cemento.



Noite primordial


No dia em que nasci

Deus estava doente,

gravemente.

César Vallejo.


Na noite em que nasci

Estava a minha casa uma tormenta.

Os raios iluminaram o ventre da minha mãe.

Fez-se vida, a luz.


Essa noite, a primeira de maio

fez-se cântaro de fogo.

As mãos sábias de uma parteira

puxaram-me para o mundo.


À minha mãe,

uma dor de recém-parto, alegrou-lhe a alma:

Uma lufada de ar, se fez canto.

Uma bebé com rosto lua e olhos ciganos

bebe do seu peito, fá-la acreditar de novo em milagres.


De madrugada, à uma menos cinco,

uma ondulação de mar

inundou a casa.

As tesouras de modista,

separaram o meu corpo do seu:

Fui poesia em seu regaço.


Na noite em que nasci

a minha mãe trancou o seu templo

agora, útero de cal e cimento.