Mostrar mensagens com a etiqueta isabel hualde. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta isabel hualde. Mostrar todas as mensagens

16 março 2023

isabel hualde

 

EL CERCO


Hay mil maneras de matar

el corazón de un pájaro

apresar su discurso

entre celosías y rejas.


Hay varios ángulos

para observarlo

medir distancias

trazar un signo

anotar la hora

en la que expira.


Después puedes

echar persianas

analizar su sangre

todavía caliente

recoger sus plumas

diseñar un pálpito

un ala, un nido

o una ciudad


antes de posar ante la cámara

y declararte inocente.



A CERCA


Há mil maneiras de matar

o coração de um pássaro

prender o seu discurso

entre treliças e grades.


Há vários ângulos diferentes

para o observar

medir distâncias

traçar um sinal

anotar a hora

em que expira.


Depois podes

abrir persianas

analisar o seu sangue

ainda quente

recolher as suas penas

desenhar uma palpitação

uma asa, um ninho

ou uma cidade


antes de posares para a câmara

e te declarares inocente.


03 julho 2022

isabel hualde

 

Campo de refugiados


Como si una puerta giratoria

abriera la opción de otro paisaje


arriba el telón dices

alguna estrella brillará

en el escenario

un dios un abrazo un sueño…


pero eso no sucederá hoy


nuestro futuro se diluye hacia atrás

sabemos que las calles de ayer

y las calles de hoy

nunca serán las calles de mañana


el campamento se desdibuja

en linternas que parpadean y ojos febriles


de nuevo la casa en tierra de nadie

almohada diente ratón.


nos movemos.



Campo de refugiados


Como se uma porta giratória

abrisse a opção de outra paisagem


em cima o telão diz:

uma estrela brilhará

no palco

um deus um abraço um sonho...


mas isso não acontecerá hoje


o nosso futuro dilui-se para o anterior

sabemos que as ruas de ontem

e as ruas de hoje

nunca serão as ruas de amanhã


O acampamento desvanece-se

em lanternas que piscam e olhos febris


novamente a casa na terra de ninguém

travesseiro dente-rato.


movemo-nos.